Cap 83

309 24 11
                                    


  ~Bruno Narrando~

  Estou nesse momento numa vendinha que parei, Babi está dentro do carro que está ao meu lado enquanto espero o troco.

Meu celular vibra em meu bolso, e na barra de notificação aparece a localização que vou enterrar o homem.

Sempre optamos por enterrar os corpos em lugares diferentes. Bak vai levar um corpo até mim e vai voltar para enterrar o outro longe de mim.

  Uma distância de pelo menos 10 km.

  O dono da vendinha de estrada me entrega o troco e eu sorrio indo até meu carro.

Babi está com um cobertor que por algum motivo estava no meu carro, olhando para a janela um tanto distraída.

Mas assim que entro, ela olha para as sacolas confusa.

  Tiro da sacola e estendo para ela uma garaffa de Whisky.

Ela olha para mim confusa com aquilo.

- Vai precisar...


  ~Babi Narrando~

  ...

  Já estou no carro a uns 5 minutos. Bruno estacionou o carro numa floresta bem perto de onde ele vai cavar. Posso até dizer que vejo um pouco dele ao longe.

  Estou sozinha e já bebi metade da garrafa.

  Não sei se estou alucinando, mas tenho quase certeza que vi um carro familiar parar atrás de onde estou.

Fecho os olhos e encosto minha cabeça no banco do carro.

  Sinto que estou sufocando, e minha cabeça está girando.

  ( Ela pega no sono, e tem um pesadelo, coerrente ao que aconteceu)

  Abro meus olhos sentindo meu rosto encharcado de lágrimas.

Não, isso de novo não... Mais pesadelos. Eu não aguento mais.

Sinto que se fechar meus olhos vou ver aquela cena novamente.

Enxugo as lágrimas e esfrego meus braços pelo frio que estou sentindo.

Suspiro e olho pela janela, para ver se vejo Bruno. Mas o pânico me atinge quando eu não vejo nenhum movimento na floresta.

Não faço ideia de quanto tempo estamos aqui, mas tenho certeza que era para ao menos, eu ver ele.

Meu coração está acelerado, mas não do jeito bom.

E por algum motivo estranho, a bebida faz efeito em meu corpo, provocando adrenalina.

Quero sair. Quero sentir o ar... Estou me sentindo sufocada aqui dentro...

Tiro o cobertor de cima de mim, e abro a porta do carro, saindo de dentro.

Uma rajada de ar frio me atinge, e todo aquele cenário macabro me assusta.

As árvores inclinadas de forma assustadora. Tudo escuro, só a lua para iluminar.

Não estou vendo Bruno e estou ficando cada vez mais com medo de ter que entrar aqui sozinha, mas não consigo ficar mais nenhum segundo sozinha. Seguro meu colar no pescoço suspirando. Começo a seguir o caminho de onde ele entrou para enterrar, e tento procurá-lo. Mas está muito escuro e estou com medo de esbarrar em alguma coisa.

- Ei!- ouço sua voz e me assusto, o que provoca que eu tropece, mas ao invés de cair com tudo no chão, sinto dois braços fortes me segurar. - Opa... Parece que alguém bebeu demais...- me viro para ele, e ele me lança um sorriso de canto preocupado.

Vendida para o Dono do Morro: BabruOnde histórias criam vida. Descubra agora