Capítulo 2

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Naquela tarde, Melanie havia resolvido a primeira parte de seus problemas. Conversou com a Dona Amélia, a senhora que tinha lhe dado o emprego na livraria, que acabou se emocionando quando contou o motivo de sua demissão, ela ficou tão feliz quanto seus pais. Aquela senhora era como uma avó que nunca teve.

Aquele dia passou rápido. Melanie terminou de organizar os últimos livros no computador e depois de desligá-lo, deu uma última olhada na loja. Agradeceu a Deus por ter encontrado aquele serviço quando mais precisou, seria mentira se dissesse que foi infeliz naquele lugar. Se despediu da senhora Amélia e foi embora emocionada com uma mistura de sentimentos.

Já era noite quando os pais de Melanie chegaram em casa. Eles possuíam um comércio e como era um dos poucos do bairro, sempre chegavam mais tarde que Mel.

– Boa noite, querida! – Falou Suzanne, sorrindo ao ver a filha no fogão preparando mais uma de suas receitas.

Melanie se parecia muito com sua mãe, as duas tinham cabelos longos, ondulados e olhos azuis. No entanto, os cabelos de Suzanne quando mais jovem eram loiros, já Melanie havia herdado a cor mais escura, como os do seu pai, assim como seu corpo alto e magro também herdado por ele.

– Oi, mamãe. – Mel retribuiu o sorriso, e foi caminhando até ela para lhe dar um beijo na bochecha.

– A casa está com um cheiro maravilhoso de morangos. – Atrás, apressado, chegava Marcus carregando algumas sacolas de supermercado.

– Papai, estou fazendo torta de morango.

O pai de Melanie era totalmente fã das comidas de sua filha, ele sempre era o primeiro a experimentar as invenções de Mel, o que a deixava animada para preparar coisas novas e seguir acreditando em sua profissão.

– Dessa vez então a sobremesa é torta? – Ele exclamou animado, colocando as compras na mesa e indo cumprimentar a filha. – Que maravilha!

– Só não exagere, meu amor. – Suzanne avisou preocupada, como sempre – Já estamos velhos demais para ficarmos esbanjando de doces, principalmente os seus Mel, que quando começamos a comer não paramos mais.

Melanie sorriu junto com seus pais, não era mentira o que sua mãe falava. Ela era especialista em preparos de todo tipo de doce. Havia se formado em gastronomia há pouco tempo, e essa era a área em que mais se dava bem.

– Não se preocupe mamãe, eu mesma vou cortar os tamanhos, assim vocês não exageram.

– Ótimo querida, agora irei tomar um banho para relaxar o corpo.

– É sério isso? – O pai de Mel perguntou logo depois que a sua mãe saiu de vista.

– O quê, papai? – Mel franziu o cenho, mas logo sorriu depois de entender do que se tratava a notável feição que seu pai fazia – Papai! Mamãe vai brigar se eu não cortar os pedaços do tamanho certo. Desculpe.

– Eu só desculpo se você errar um pouquinho no tamanho do meu pedaço. – Dizia ele como uma criança levada, fazendo Melanie balançar a cabeça negativamente, não acreditando na audácia dele.

– Se mamãe descobrir, irei pôr no senhor toda a culpa. – Ela disse por fim, deixando sair uma gargalhada depois de ver seu pai indo rapidamente para a sala.

***

Após o jantar, Melanie contou a seus pais o que havia decidido para seu futuro. Disse que mesmo que fosse sentir muita falta, essa seria uma oportunidade única para sua vida. Seus pais como sempre a apoiaram e amaram a decisão da filha, afinal ela seguiria seu sonho e com certeza seria notada pelo seu talento.

Doce amor de invernoOnde histórias criam vida. Descubra agora