ℂ𝔸ℙ𝕀𝕋𝕌𝕃𝕆
ℚ𝕌𝔸𝕋𝕆ℝℤ𝔼— Mas e você, o que veio fazer aqui?
Me viro em direção a Sammuel. Ele apanhou outra latinha e dá alguns goles enquanto me observa.
— Vim para um casamento. — digo.
À ideia de conversar sobre o casamento de Scott e Myriam me deixa nervosa. Não é como se fosse o assunto mais interessante do mundo para mim. Não chega nem perto.
— Você está mesmo bem? — Sammy estreita os olhos castanhos para mim.
Eu meneio a cabeça em concordância.
— É. Estou bem. — minto. — Hoje só foi um dia longo.
— Ah, te entendo, Betty. — afirma ele. Dá mais alguns goles em sua bebida.
Então seus olhos deslizam de mim até o trisal conversando a nossa frente. Sammuel põe suas órbitas focadas sobre eles. Não. Sobre eles não. Sobre a garota de sorriso fácil que está flertando com o meu amigo.
— E você, Sammy, esta bem? — artículo.
Estou curiosa. Sou sempre curiosa, na verdade. Por qual motivo ele a encara tanto assim? Provavelmente já tiveram algum lance. Talvez um romance que não durou muito. Uma paixão platônica? Ou algo parecido.
— Estou sim. — ele ri.
Dessa vez, seu sorriso é fraco e contido. Como se o ato de esboçá-lo fosse a ele difícil e doloroso demais. Me encontro ainda mais curiosa. Mas evidentemente não vou forçá-lo a dizer qualquer coisa. Nem o conheço! No entanto, não é necessário que eu faça isso. Vagueando por lugares que apenas Sammuel parece conhecer, ele suspira. Há cansaço em seu rosto e seus ombros se curvam, como se algo muito pesado estivesse apoiado em suas costas.
— Desculpa, é que estou no meio de uma corda bamba. — foca seus olhos sobre mim: — Ou algo do tipo…
Assinto. Encaro-o desafiando-o a continuar.
— Vê aquela moça? — Sammy pergunta. Quando murmurou um "sim" ele prossegue: — Vim aqui só para vê-la. — Sammuel abre outro sorriso. Dessa vez, parece amargo e desgostoso, carregando alguma coisa que me lembra cansaço. — Eu sou mesmo um bobo!
Sammy mantém o sorriso no rosto, balançando a cabeça em negativa. Me compadeço com ele. Está de coração partido? Conheço bem a sensação. Te despedaça inteiro. E o que sobra não aparenta ser o suficiente para te reconstruir.
Há infinitos caquinhos aguardando serem restaurados, colados mais uma vez. Nunca fica igual como antes. A ferida permanece ali. Um lembrete do que você viveu. A cada outra decepção, sendo amorosa ou não, dói um pouco mais. Se curar é difícil.
— Desculpa, Betty, eu não quero chatea-la. — Sammuel se apressa em dizer. — Eu nem a conheço! Não deveria estar falando esse tipo de coisa.
— Tudo bem, Sammy. — asseguro, oferecendo outro sorriso a ele. Com este, procura transpassar a ele conforto. — Sei como é essa sensação. Vocês namoravam? Claro. Se quiser contar.
Sammuel se perde outra vez. Suas íris vasculham mais uma vez a sala. Todos aparentam estar se divertindo.
— Nós terminamos há pouco tempo. — ele começa. — Somos um grupo muito unido, sabe? Cada qual seguiu seu caminho. Mas todo ano nos juntamos para viajar a algum lugar juntos. É uma boa forma de manter contato.
— Eu sei como é. Nós também seguimos nossos caminhos. Mas essa é a primeira vez que nos todos reencontramos. Faz mais de um ano que não os vejo. — sorrio. — Obvio que senti saudades.
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Para Todos Os Meus Ex Namorados
Roman d'amourBetânia foi traída. Não uma, duas ou três vezes. Mas sim dez vezes. Quando enfim recebe a notícia de que seu ex namorado, Scott Davenport, irá se casar com a sua antiga amiga de faculdade, Miryam, por quem Scott a trocou, Betty tem que tomar uma dec...