Capítulo 33

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Ai cambada, eu voltei depois de tantos pedidos, confesso que quase que não volto, desculpa mesmo galerinha, provavelmente vou demorar para voltar de novo sorry KKKKK

Cheryl Blossom Point Of View

(02 de Junho - sexta-feira)

     Fui chamada na sala do Dr. Raul, cheguei na sua sala, e na mesma hora a porta foi aberta, saindo ele e outro homem, ele era alto, tinha uma expressão séria e um olhar intimidador.

          - Você deve ser Cheryl Blossom a médica da minha filha Antoinette, sou Jordan Topaz - Estendeu a mão para mim, eu assenti e apertei sua mão levemente, estava totalmente sem reação - Eu agradeço por ter cuidado dela, mas eu quero levá-la para casa, acertei tudo com o Dr. Raul, porém quis conhece-la e agradecê-la pessoalmente - Deu um pequeno sorriso sem mostrar os dentes, forçando simpatia.

     Por que ele quer leva-la para casa agora? O que exatamente mudou? A minha vontade era de pegar a caneta pendurada em meu jaleco e furar a garganta daquele nojento.

     Eu sentia raiva, nojo e preocupação pela Toni, toda essa mágoa me fez esquecer de tudo que ela passou e ainda passa em relação aos seus pais sobre sua sexualidade.

          - Se o senhor me permitir quero fazer uma pequena avaliação antes de libera-la - Disse com pequeno receio, porém com a voz firme.

         - Claro - Sorriu - Tudo pelo bem da minha filha.

         - Sera rapidinho, foi um prazer, Sr. Topaz - Dei um meio sorriso.

     Segui para quarto de Toni, eu não queria ter me envolvido, mas ja estava envolvida, e muito, mesmo sendo uma das últimas coisas que eu achei que faria, iria falar com Toni.

     Fiz todo o caminho até o quarto, com grande aflição, abri a porta entrando e a fechando logo em seguida, fazendo Toni levar um pequeno susto, ela me olhou surpresa, e eu apenas a encarei com dificuldades de encontrar as palavras para falar com ela.

          - Você vai dizer alguma coisa ou vai ficar plantada ai? - Me perguntou franzindo o cenho - Você está bem?

         - Seu pai Toni, seu pai está aqui e diz que vai te levar pra casa - Soltei de uma vez.

         - O que? Como assim? - Perguntou confusa.

         - É Toni, ele está aqui e esta decidido a te levar pra casa, e eu precisava te avisar antes, eu queria poder fazer alguma coisa - Suspirei nervosa.

         - Mas por quê? O que sera que ele quer de mim? - Disse frustrada.

     Eu fiquei em silêncio, me dei conta do que estava acontecendo, de que eu poderia estar perdendo ela para sempre, e uma dor angustiante tomou conta do meu peito.

        - Cheryl você está bem?

     Ignorei completamente sua pergunta, andei em sua direção e agarrei as laterais de seu rosto com as mãos e a beijei.

     Pude me dar conta que peguei ela totalmente de surpresa, mas em um segundo ela abraçou minha cintura me puxando para si correspondendo o beijo com avidez, senti aquelas tão famosas borboletas no estômago, me senti como uma uma adolescente dando seu primeiro beijo, eu estava nervosa, mas nem de longe o beijo de Andrew Taylor era melhor.

     Separamos nossas bocas, e ficamos ali, nos encarando com nossas testas coladas, meu coração vacilava em cada batida, ela passou os polegares limpando as lágrimas, que eu nem me dera conta que escorriam pelas minhas bochechas.

          - O que esse beijo significa? - Perguntou ela quebrando o silêncio.

          - Eu não sei... - Sim, eu sabia - Na verdade... - Houveram duas batidas na porta e logo em seguida ela foi aberta por Tyler, fazendo eu me afastar imediatamente - Ah humm, esta tudo certo srta. Topaz, pode ir tranquila com o seu pai.

     Tyler abriu um sorriso com aqueles dentes perfeitos branquinhos para Toni, eu pensava se ele não era o irmão gêmeo do boneco Ken de Toy Story.

           - Vamos Topaz, seu pai esta te esperando no hall de entrada - Ela assentiu para ele, e antes de sair completamente do quarto, me olhou, como se fosse a última vez. E se fosse mesmo?

     Eu realmente não consigo acreditar que existam pessoas tão mau caráter como o Dr. Raul. Sabe, a verdade, é que desde que trabalho ali, acontecem coisas esquisitas, e eu nunca quis me meter, apesar de as vezes acabar falando de mais sobre minha opinião, mas nunca fui além, sempre fiz o meu trabalho e apenas, mas agora as coisas fugiram do controle, eu ultrapassei totalmente minha ética com o trabalho, ao me permitir me apaixonar e me relacionar com uma das pacientes, a questão é, que agora eu não me importo mais, tudo que o Dr. Raul faz aqui é horrível.

     Esse lugar ja é muito antigo, ja houveram muitos rumores antigamente sobre esse manicômio, mas hoje em dia, se uma coisas dessas vazasse, seria mais do que o suficiente para fecha-lo.

     Mas isso não é o mais importante agora, antes eu preciso deter Jordan Topaz, eu amo a Toni, é, eu a amo desesperadamente, e não pude dize-la, não irei desistir.

Antoinette Topaz Point Of View

     Meu coração parecia que ia sair pela boca, de tão forte que estava batendo, depois de mais de 1 ano trancafiada em casas para doidos, meu pai resolve me levar para casa, coisa boa que não é.

     Minhas pernas pareciam não fazer mais parte de mim, parecia que a qualquer momento eu iria desmontar no chão.

      Entrei no Hall, e la estava ele, com seu terno caro e perfeitamente arrumado, me lançou um olhar que fez arrepiar cada pelo do meu corpo.

          - Toni, querida - Pousou a mão sobre meu ombro e deu um leve aperto.

          - Papai - Respondi em tom sarcástico.

          - Bem, vamos - Disse por fim me arrastando para o carro.

     Fizemos todo o caminho em silêncio, havia muitas coisas que eu gostaria de falar, mas simplesmente não saiam, estava me sentindo estranha, lembrei das coisas em que minha mãe me disse aquela vez.

     O que eu não sabia? O que é que ela não podia me contar? Isso do meu pai me levar para casa tão repentinamente tem alguma coisa a ver?

[...]

     Ao entrar pela porta da casa que um dia eu ja chamei de lar, senti vontade de chorar, estava tudo uma bagunça aqui dentro, eu tentei ao máximo todo esse tempo ignorar esses sentimentos, substitui tudo por ódio, até eu conhecer a Cheryl, e sentir algo diferente, louco e bonito, algo que não era ódio.

     Minha mãe correu para me abraçar, eu apenas fiquei parada sem reação, enquanto ela murmurava que me amava.

          - Ok, agora vamos deixar que ela tome um banho e descanse - Disse meu pai, e minha mãe se afastou - Amanhã conversaremos - Disse com seu tom impassivel de sempre.

      Eu apenas agradeci internamente por aquilo, e subi as escadas fazendo o caminho para o meu quarto, precisava colocar a cabeça no lugar.

     Entrei no quarto e fechei a porta, a decoração dark ainda era a mesma, depois de passar tanto tempo em um hospital psiquiátrico onde é tudo muito branco e opaco, foi difícil me acostumar com o ambiente escuro que era meu quarto.

     Tomei banho e não faço ideia de quanto tempo passei embaixo da água quente chorando pensando em tudo que estava acontecendo, cheguei ao um nível tão grande de exaustão, que deitei na cama e simplesmente apaguei, o que eu agradeci, pois não aguentava mais a bagunça da minha mente.

LoucurasOnde histórias criam vida. Descubra agora