26/10/1904
Meu irmão era incrível, a melhor e mais maravilhosa pessoa de minha vida. Desde pequenos sempre fomos muito unidos, ele me protegia das menores coisas e cedia tudo que lhe pertencia apenas para me ver sorrir. Acredito não ter sido uma pessoa mimada, mas ele realizava todas as minhas vontades com grande prazer.
Lembro-me de quando ele deixou de ir para escola, pois eu havia adoecido e ele não queria me deixar sozinha. Durante todos aqueles dias, meu irmão preparou um café quente e dormiu abraçado comigo. Era quente, aconchegante e feliz.
Não precisava de mais ninguém, enquanto ele estivesse comigo tudo seria florido, tudo terminaria bem. As tempestades não eram nada perto de seu sol, que afastava as nuvens e dava vida aos arco-íris.
Mas, em um certo dia eu ouvi vários gritos, o som de pessoas horrorizadas e comentários maldosos. Eu não sei quando, mas pessoas teriam entrado no nosso quarto, muitas delas. Eles apontavam pra mim, com a mão na boca e um rosto de nojo.
Eu abracei meu irmão, chamava por seu nome, tentando acordá-lo. Ele não respondia e as pessoas apenas choravam, afinal... Ele sempre foi um cadáver.
Louise Arkhimera
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Relatos Malditos
HorrorUma coletânea de cartas relatando eventos macabros e criaturas de minha autoria.