Querida

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Draco Malfoy estava oficialmente de férias até o fim dos feriados de final de ano. Para ser sincero, fazia muitos anos que Draco não tirava férias de verdade. Ano após ano ele se oferecia para pegar os plantões durante os feriados pois assim sentia que poderia se concentrar em outra coisa além da solidão e quietude de sua casa. Isso fez com que ele tivesse muitas folgas e férias acumuladas, de forma que seus superiores estavam o pressionando para se afastar por algum tempo. Além disso, a notícia de seu casamento havia se espalhado como fogo por toda a Armada e agora a maior parte dos companheiros passavam grande parte do tempo questionando, parabenizando e atormentando o rapaz.

Draco não podia culpá-los, na verdade. Assim como muitos outros companheiros, Draco tinha um passado triste e sombrio e os colegas respeitavam isso. A notícia de seu casamento havia caído como uma bomba que deixou muitos desnorteados e confusos, pois Malfoy jamais havia apresentado ou sequer citado uma noiva. Ninguém sequer havia imaginado essa possibilidade. A culpa e a justificativa, como sempre, caiu sobre a personalidade do homem que, com o passar dos anos e dos acontecimentos, havia se tornado muito mais sombria e introvertida.

Se em algum momento do passado Malfoy havia socializado com os companheiros, agora suas interações sociais se limitavam apenas a Potter. Por algum tempo as pessoas buscaram ser solidárias e compreensivas, porém, agora, elas preferiam apenas julgá-lo como alguém antissocial.

De qualquer forma, os superiores de Draco aproveitaram a notícia de seu casamento para dar a ele algum tempo de folga. Por esse motivo, Draco se encontrava em casa no meio da manhã procurando o que fazer.

Ele já havia observado Hermione organizar alguns detalhes pela casa que ele jamais havia reparado. Depois, ele havia se concentrado em treinar com a esposa, dando então alguma folga para Gina que, é claro, estava grávida e já não conseguia passar tanto tempo em pé como costumava fazer. Hermione havia aprendido muito bem os feitiços defensivos e os usava de forma adequada, escolhendo entre um e outro quando necessário. Draco não pode deixar de se sentir aliviado ao perceber que a esposa também era rápida e parecia ler seus movimentos básicos com facilidade. Procurou lhe ensinar alguns feitiços de ataque e percebeu que ela havia os entendido.

Em determinado momento, Draco percebeu a batida suave de uma ave na janela. Malfoy reconheceu no mesmo instante a bela e imponente fênix que parecia lhes olhar através do vidro. Hermione aproveitou o momento para descansar e Draco pediu que ela se sentasse na poltrona em frente a mesa de seu escritório enquanto ele lia o recado de Dumbledore.

A mensagem era simples e rápida: O pedido de Malfoy havia sido atendido. Já havia uma ordem de restrição que impedia o Sr. e a Sra. Granger de se aproximar de Hermione. Tal ordem envolvia um feitiço que avisaria qualquer autoridade, incluindo Malfoy, caso a restrição fosse desobedecida. Draco suspirou lançando um olhar rápido para a esposa.

-Era do ministro. -Explicou queimando a mensagem. A enorme ave vermelha voou no mesmo instante. -O pedido para a ordem de restrição foi atendido. Seus pais ficarão bem longe de você de agora em diante.

-Ah... -Hermione ergueu as sobrancelhas, seu humor ficando melancólico. -Muito bem. É o fim então.

-Parece que sim. -Draco observou com o canto dos olhos enquanto a esposa parecia pensativa.

Era claro que Hermione havia se entristecido com a notícia. Perguntou se ela havia mudado de ideia e Hermione explicou que tinha certeza de sua decisão, embora não se alegrasse com isso. Em um mundo ideal, em um mundo diferente, as coisas não deveriam acabar daquela forma.

Draco então, inspirado pelas palavras da esposa e entediado por passar quase meia manhã em casa, olhou no relógio de bolso. Lançou novamente um olhar para a esposa e sorriu.

DEATH.TIME.LOVE [DRAMIONE]Onde histórias criam vida. Descubra agora