Into the Wild

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Hermione ainda não se sentia segura o suficiente para se manter em pé. A xícara de chá que Gina havia colocado em suas mãos há mais de meia hora, permanecia sem ser tomada. A superfície tremulava reagindo aos tremores do corpo da jovem. Draco permanecia andando de um lado para o outro enquanto fitava a ponta de seus sapatos. Harry Potter lançava olhares nervosos da esposa, que segurava o bebê firmemente contra o peito, para Hermione, que parecia à beira de um colapso, e depois para Malfoy que parecia completamente perdido em pensamentos. Ainda era possível ouvir os sussurros de Monstro e Winky vindos da cozinha.

Meia hora antes, quando chegaram à residência dos Potter, Hermione e Draco dispararam em direção aos pequenos elfos domésticos que estavam encolhidos no canto mais afastado e escuro da cozinha. Hermione se lançou no chão perguntando se as criaturas estavam bem, correndo os olhos por seus corpos pequenos em busca de ferimentos, Draco os questionou sobre os autores do atentado. Grandes e grossas lágrimas se formaram nos olhos azuis de Winky ao responder Hermione. Nenhuma das criaturas tinha se machucado. Monstro murmurou algo que a jovem não foi capaz de compreender, mas Draco ouviu com atenção. Depois de algum tempo, a voz arrastada de Monstro pareceu mais clara.

-Dois homens antes do começo da manhã. -Ele falou com sua voz rouca. -Eles entraram pelas portas do fundo e pegaram Dobby, dando uma pancada em sua cabeça. Depois entraram e lançaram o feitiço incendiário.

-Como eram esses homens? -Draco perguntou, os olhos afiados cravados no rosto de Monstro.

-Grandes, feios e barbudos.

-Você já tinha os visto antes, Monstro? Nos anos que serviu meus pais?

-Monstro não poderia se lembrar. -O elfo coçou o queixo, seus olhos vagando duramente para o outro lado. -Monstro não sabe.

Draco havia murmurado alguma coisa e então saiu apressado para falar com Potter. Hermione ainda disse algumas palavras de consolo aos elfos e saiu seguindo o marido.

Gina, que ainda usava o pijama com um roupão de lã por cima, encontrou Hermione na porta da cozinha. A ruiva envolveu a outra em um abraço apertado e Hermione percebeu que ela também tremia.

-Meu deus, eu estava tão preocupada. -Gina fungou, o abraço se estreitando. -Eu achei que pudessem ter encontrado vocês antes de nós. Eu achei que...

-Nós estamos bem, Gina. -Hermione passou a mão pelas costas da amiga, se afastando para lhe dar um sorriso tranquilizador. -Nós estávamos viajando, nós nem imaginávamos...

-Eu sei, eu sei. Harry me disse que Dumbledore havia ido até vocês alguns dias antes, que estava tudo bem, mas ainda assim... -lágrimas deixaram os olhos azuis e Hermione sentiu o coração apertar. Jamais imaginou que seria o motivo da preocupação de seus amigos.

-Não aconteceu nada, Gina. Estamos bem.

-Sinto muito pela casa de vocês. -Gina continuou. -Sei que você tinha se esforçado muito para reformá-la.

-Não estamos preocupados com a casa. Daremos um jeito nisso mais tarde. -Hermione engasgou, seus olhos procurando pelo marido. Um tremor correu por todo seu corpo. -É só que...

Ela percebeu que tanto Draco quanto Harry olhavam para as esposas. Gina, olhando para o mesmo lugar que a outra, deu um suspiro pesado se afastando em direção ao fogão para colocar a água para esquentar para fazer o chá.

-Acho que vamos enfrentar dias difíceis. -Gina comentou enchendo o bule com água e colocando sobre o fogão. Hermione concordou com um aceno de cabeça. -Um prisioneiro de guerra foi assassinado em seu esconderijo há alguns dias.

DEATH.TIME.LOVE [DRAMIONE]Onde histórias criam vida. Descubra agora