Aquele Sorriso

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Os primeiros raios de sol despertaram Draco que, inacreditavelmente, havia tido uma longa e boa noite de sono pela primeira vez em muito tempo. O homem abriu os olhos lentamente, em um primeiro momento se sobressaltando, confuso com a cama desconhecida, depois deixou o corpo relaxar lembrando-se do dia anterior.

Hermione ainda estava adormecida, deitada sobre seu ombro esquerdo, de frente para Draco. A noite de sono havia levado as bochechas rosadas causadas pela febre do dia anterior e agora a jovem parecia serena e tranquila enquanto repousava. Ainda assim, Draco levou sua mão até o rosto da jovem e a deixou ali por alguns segundos, testando sua temperatura. A febre parecia ter definitivamente cessado.

Draco sorriu enquanto encarava o rosto da jovem, sua mão ainda pousada na sua bochecha. Os cabelos castanhos formavam cachos em volta de sua cabeça, alguns fios caindo em seu rosto, pescoço e colo. Era uma visão bonita, ele admitia.

O dia seria, novamente, de muito frio. Havia nevado durante todo o dia anterior e a madrugada, porém, nas primeiras horas da manhã o sol arriscava-se a escapar de trás das nuvens. A luz que entrava pela janela lateral iluminava parcialmente o quarto pela fresta de cortina que não havia sido fechada direito, ao chegar até a cama, os raios de sol atingiam as costas da garota, formando uma aura ao seu redor. Draco sorriu com a visão, puxando o travesseiro para se acomodar melhor.

Não se deu conta do tempo passando enquanto ele continuava observando a esposa, mas não sentiu a menor vontade de se levantar e dar início às atividades do dia. Sentia-se confortável naquela situação, coberto até a cintura pela coberta, abraçado ao travesseiro macio, encarando a jovem adormecida em sua cama. Havia uma força estranha que o impedia de levantar, um magnetismo que o puxava contra o colchão, sua consciência de que era um desperdício levantar enquanto Hermione continuava dormindo.

Draco sacudiu a cabeça com seus pensamentos e rolou, ficando de barriga para cima. O homem coçou os olhos com as pontas dos dedos. Não era mais um adolescente e, portanto, já não era um jovem ingênuo que acreditava em um amor piedoso para as almas sofridas. Tinha consciência de suas ações e também de seus sentimentos. E, por ter consciência de seu ser, sabia que Hermione o via exatamente como era: um homem estranho, decadente, que havia aparecido em sua vida de uma forma esquisita e com quem estava presa até a morte. Em sua ânsia por ajudá-la e cumprir sua promessa, acabou a condenando a uma vida ao seu lado. Ela não ousava dizer nada, é claro. Ela era gentil demais, educada demais para lhe mostrar sua insatisfação.

Hermione era uma das mais belas jovens que já havia visto e era natural que se sentisse atraído por ela. Além disso, ela era surpreendentemente agradável e doce, absurdamente inteligente e habilidosa em tudo o que se propunha a fazer. Apesar de seu passado triste, ela não se permitia abater, sempre carregando um sorriso no rosto.

Aquele sorriso...

Hermione, que fora despertada pela movimentação de Draco, começava a se mexer. A jovem rolou na cama, esticando todo seu corpo para se espreguiçar e então voltou a se colocar de lado, só então abrindo os olhos e encarando o marido. A jovem deu um sorriso fraco, ainda sonolento, e Draco não pode evitar lhe sorrir em resposta, colocando-se sobre o ombro também para ficar de frente para ela.

-Bom dia! -Ele falou impressionando-se por sua voz ainda estar rouca. -Dormiu melhor essa noite?

Hermione não falou nada. Piscou os olhos demoradamente e seu sorriso se alargou. Draco sentiu seu peito se aquecer, seu próprio sorriso tornou-se mais largo. Aquele sorriso... aquele sorriso que tinha o mesmo poder de dez sóis e aquecia-lhe todo o corpo. Ele não pode evitar tocar seu rosto, o dedo polegar fazendo o contorno dos lábios finos da jovem. Hermione fechou os olhos com o toque, sentindo calor emanar do exato ponto em que o marido encostava.

DEATH.TIME.LOVE [DRAMIONE]Onde histórias criam vida. Descubra agora