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Tinha umas duas semanas que Rian tinha aparecido aqui atrás do Murilo, no dia seguinte aquele dia, eu fui pra São Paulo, contei pros meus pais, quis até desistir do meu estágio e do meu trabalho lá no Rio, mas decidi que não ia fugir dele, não ia abaixar a cabeça pra ele, eu tinha medo do que ele podia fazer sim, mas ele tinha acabado de sair da cadeia, não seria maluco o suficiente a ponto de fazer nenhuma besteira, assim eu esperava.

Desde então ele não teve mais aqui, não tentou nada aparentemente, e eu tava começando a achar até estranho, tava com medo dele tá deixando o tempo passar pra eu ficar tranquila e quando a gente menos esperar ele tentar algo, mas fé que ele não ia fazer nada.
Eu tava pensando em matricular o Murilo em alguma escola daqui, não queria que ele ficasse tanto tempo sem estudar, sei que as atividades dele são muito básicas pela idade dele mas é fundamental pra qualquer criança, mas agora eu já não estava me sentindo tão segura em deixar o meu filho em uma escola aqui no Rio.

Luíza: Quero só ver quanto tempo você vai ficar aqui e vai deixar o menino sem ir pra escola - Depois que Rian apareceu aqui eu briguei feio com Luíza, mas pelo que entendi foi o Jeferson quem tinha contado, com exame de DNA e tudo, e sinceramente, eu só não esperava isso porque eu achava que Rian não ia aparecer nunca mais, se não eu tenho certeza que Rian ia acabar sabendo pelo Jeferson, ele nunca engoliu a história do Murilo ser filho do Gustavo.
No fim eu parei pra pensar direito, e Guto também me falou, Luíza não tinha culpa de nada, pelo contrário, eu tinha que agradecer por ela ter guardado esse segredo comigo por tanto tempo mesmo não concordando comigo.

Dandara: Já tava tudo certo, eu ia matricular ele na escola que o Davi estuda mas como eu vou fazer isso agora Luíza? Eu não vou ter um minuto de paz sabendo que Rian pode tentar alguma coisa

Luíza: Deixa de ser maluca cara, eles não deixam as crianças saírem com qualquer um, é só você dizer que só é pra deixar o Murilo sair ou com você ou com o Gusto

Dandara: Ata, como se Rian fosse se importar com isso caso queira tentar alguma coisa

Luíza: E o que você pretende fazer? Deixar o menino sem estudar até o dia que você voltar pra São Paulo sendo que você nem sabe quando volta?

Dandara: Não, eu tô deixando as atividades dele tudo certinha com a babá e ela faz com ele quase todos os dias, mas eu tava pensando em contratar uma professora sabe, pra vir dar aulas particulares pra ele, pela manhã

Luíza: Dandara que loucura, o menino precisa ir pra uma escola, como toda criança da idade dele, eu sei que você tá pensando na proteção dele mas Rian nunca jamais faria mal algum ao Murilo, eu tô te garantindo, eu não tô querendo defender nem nada, não preciso nem dizer que acho que você tá super errada, mas o Rian mudou, e mesmo que não tivesse mudado nunca faria mal ao próprio filho

Dandara: Quem me garante que ele não tente tirar o meu filho de mim

Luíza: Engraçado... Você não tá nem aí em tentar tirar o filho dele né

Dandara: Que comparação mais nada haver Luíza - Revirei os olhos
- E sobre a escola, vai ser por pouco tempo, só alguns meses, ele vai continuar aprendendo do mesmo jeito, daqui 4 meses meu estágio acaba, eu vou voltar pra São Paulo pra terminar finalmente meu último semestre e vou voltar a seguir a minha vida lá, não quero mais trabalhar aqui

Luíza: Ok Dandara, a vida é sua, o filho é seu e eu já me meti até de mais nessa história

Dandara: Vamos pra praia? Tô precisando pegar um bronze - Mudei de assunto e ela assentiu, arrumamos os meninos, pegamos algumas coisas e fomos pra praia de Ipanema.

Rian

Acordei cedo e antes de ir pro estúdio resolvi ir na delegacia que o delegado Almeida trabalhava, eu precisava conversar com ele, saber o que ele tinha falado no presídio antes de eu ser transferido e saber se o maluco ainda queria minha cabeça.

Do Morro Ao AsfaltoOnde histórias criam vida. Descubra agora