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Ricardo

Chegamos em casa e eu tentei acalmar Débora pra não assustar a minha mãe já que na hora que saímos pra ir atrás do Rian eu vi que ela tava nervosa, provavelmente ouviu nossa conversa, eu sei que ela ta magoada com o Rian, mas eu sei também o quanto ela sofreria caso acontecesse algo com meu mano.
Assim que entramos em casa encaramos ela e Jeferson sentados no sofá, assim que olharam pra gente eu vi o medo nos olhos da minha mãe, ela viu a cara de choro da Débora e já começou a chorar, Débora já começou a chorar de novo e correu pro quarto deixando minha mãe desesperada.

Jeferson: Pelo amor de Deus Ricardo, o que aconteceu? - Falou segurando o choro

Ricardo: Rian foi preso - Minha mãe me abraçou forte desabando em meus braços

Mãe: Eu sabia, eu sabia que isso ia acontecer - Falou chorando e eu abracei ela

Jeff: Mano eu não acredito - Falou com as mãos na cabeça e sentou no sofá
- Caralho Rian sempre foi esperto como deixou uma porra dessa acontecer

Ricardo: Ele era esperto mas ele, eu, tu, todo mundo sabia qual era o destino dele cara, ou era isso ou era bala, a gente tem que agradecer por ele tá vivo

Mãe: Eu quero ver ele Ricardo, eu quero ver o meu meninoo - Falou entre soluços e eu caminhei com ela até o sofá e sentei com ela

Jeff: Calma tia, eu sei que é difícil, tá difícil pra gente também, mas a senhora não vai pra aquele lugar não, fica tranquila, ele vai ficar bem

Mãe: Não deixa nada acontecer com ele, pelo amor de Deus não deixa

Ricardo: Se acalma mãe, por favor, a senhora vai acabar passando mal desse jeito

Jeff: A gente não vai deixar nada acontecer com ele, a gente vai tá do lado dele tia, vai ficar tudo bem, logo ele sai de lá - Deixei ela no sofá com Jeferson e fui pegar água com açúcar pra minha mãe, passei em frente ao quarto e Débora chorava com a cara enfiada no travesseiro, respirei fundo e levei a água pra minha mãe.

Ricardo: Jeferson tu fica aí com ela e com a Débora e qualquer coisa tu me liga, eu vou lá ver o Rian

Jefferson: Eu vou contigo pô - Falou levantando

Ricardo: Não cara, Débora tá malzona, minha mãe pode passar mal aí, fica aí, eu vou lá e depois eu ligo pra avisar qualquer coisa - Ele respirou fundo e sentou do lado da minha mãe de novo.

Sai de casa do jeito que eu tava e fui pra delegacia que o Nunes tinha me dado o endereço, cheguei lá e fui direto pra sala do delegado, falei que vim visitar e ele disse que pelo horário ele não podia liberar mais, eu insisti e ele acabou deixando, um guarda me levou pra uma sala escura, tinha apenas duas cadeiras e uma mesa, eu sentei e o guarda saiu me deixando sozinho, minutos depois ouvi barulho de alguém abrindo a porta e eu olhei pra trás vendo Rian, ele me encarou e eu abracei ele forte.

Rian: Até que em fim - Falou me soltando e sentou na cadeira e eu fiz o mesmo

Ricardo: Por que tu não ligou pra gente? Eu acabei de ficar sabendo pô, só soube porque fui atrás do Nunes

Rian: Eu tentei, liguei pra Débora e pra tu mas vocês não atenderam porra

Ricardo: Caralho eu não tô acreditando que tu tá aqui não, papo reto

Do Morro Ao AsfaltoOnde histórias criam vida. Descubra agora