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Dois meses depois...

Rian

Desde a primeira vez que falei com o Murilo como pai dele, pouca coisa mudou, ele mal ficava comigo, as vezes eu tinha a impressão que ele não se sentia tão avontade, ele falava o tempo todo do Gustavo e namoral eu tentava ficar de boa, tentava não ligar mas eu ficava bolado pra caralho, porém eu tinha que relevar né, não dava pra colocar coisa na mente de uma criança de um quatro anos.

Soube pelo Jeferson que Luíza falou que o cuzão do Gustavo ficou putinho quando soube de tudo e não supera até hoje o fato de Murilo tá convivendo comigo, agora olha que desgraça, o pai do menino sou eu, foi eu que fiquei longe dele desde que nasceu, sou eu quem escuto meu filho chamar outro cara de pai e é ele que quer ficar putinho?! A vai pra puta que pariu.
Esses dias a gente se trombou no shopping, só não saímos na mão porque Bruna entrou no meio e não deixou mas vou dar o dele ainda.
Falo pra Dandara que eu entendo tudo e tal, que o filho da puta foi a figura paterna que o Murilo teve e tudo mais, e eu até entendo mesmo mas quero saber de porra nenhuma não pô, Gustavo já cantou de galo de mais, vou botar ele no lugar dele direitinho, a única coisa que não vou fazer é pressionar meu filho pra aceitar as coisas assim, é foda, mas eu vou esperar que as paradas aconteçam no tempo dele.

Eu tava pronto pra outra já, tava de boa, já tinha voltado pro meu trampo, tava levando minha vida normalmente, só sentia poucas dores de vez em quando no lugar do tiro mas nada de mais.
Eu e Bruna ainda estávamos ficando, tudo do mesmo jeito de antes. A gente era ficante a 5 meses? Era, dormia junto e agia como casal? Também! Mas até então tava tudo equilibrado assim apesar de que a essa altura a gente nem sabia mais o que a gente tinha. Eu só tinha receio de acontecer o que aconteceu da última vez que eu fui inventar de ter esse tipo de relacionamento sem rotular as paradas, mas eu sabia que não tinha aquele sentimento de ambas as partes, a gente apenas se gostava, se for pra gente realmente ficar junto decidiremos isso no futuro.

Dandara me falou semana passada que no próximo domingo seria o aniversário de cinco anos do Murilo, o foda era que seria na casa dos pais dela daqui do Rio e namoral, eu não tava gostando disso, ela sabe que não sou bem vindo lá e já basta ter que aturar a família dela, ainda tinha que ser naquela casa.

Sai do estúdio pra almoçar e antes passei lá na escola que a Bruna trabalhava e o Murilo estudava, esse final de semana ele ia passar comigo, eu só ia passar na casa da Dandara pra pegar as coisas dele.

Murilo: Oi tio Rian - Falou quando se aproximou de mim junto com a Bruna

Rian: E aí - Abri a porta do carro e ele entrou, Bruna entrou no banco do carona e seguimos lá pro condomínio da Dandara.
- Fica aqui no carro com a tia Bruna, só vou pegar tuas coisas tá bom? - Ele assentiu, eu sai do carro e subi pro AP dela depois do porteiro anunciar pra ela que eu tava subindo.

Dandara: Demorou - Falou assim que abriu a porta

Rian: Sai um pouco mais tarde do estúdio - Ela me entregou a mochila do Murilo com suas coisas e eu olhei de relance pra trás vendo Gustavo deitado no sofá, quase revirei os olhos mas me contive.

Dandara: Se for possível passa aqui em casa depois, preciso conversar com você - Falou chamando minha atenção

Rian: Sobre? - Encarei ela com a sombrancelha arqueada

Dandara: Temos outro assunto que não seja o Murilo?

Rian: Calma minha filha, tá estressadinha é, sei que é sobre o Murilo só queria saber do que se trata o assunto

Do Morro Ao AsfaltoOnde histórias criam vida. Descubra agora