Clyde E Minnow

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— É uma corda, seus idiotas. — ouço o grito de um homem e olho para cima, ele aponta para Joel. — Garota enrole no seu pé e se agarre. Rápido para salvarmos seu amigo.

— Não! Você vai primeiro... — digo.

— Vai logo! — Joel exclama e mesmo com medo de deixá-lo faço o que o homem pediu. Os bichos começam a saltar quando chego a um nível elevado do chão, Joel bate neles com o osso e eu fico ainda mais desesperada. Talvez por eu ser leve, o homem estranho de barba ainda mais estranha consegue me puxar rápido e quando percebo já consigo encostar na superfície, me içando para cima e jogando a corda novamente para Joel. Ele a agarra e ao subir balança os pés tentando se livrar dos monstros gosmentos que se lançam contra ele.

— Segura minha mão. — grito, puxo sua mão, fazendo o maior esforço e na última tentativa ele acaba caindo em cima de mim. Nos afastamos do buraco cansados, com a adrenalina e o medo correndo em nossos corpos. O homem estranho tira uma granada do bolso e joga no ninho dos monstros.

— Minnow, pode matar. — o homem decreta após cortar um bicho ao meio.

— Um, dois, três, quatro, cinco. — contou e o ninho explodiu, pedaços gosmentos voaram em nossa direção, cubro a cabeça sentindo meu estômago revirar, o fedor de carne tostada fica tão forte que me deixa tonta. —  Sempre conte até cinco. — diz a menina que parece ser muito esperta.

— Isso é uma espada samurai? — Joel pergunta a olhando.

— Quem são vocês? — pergunto um pouco receosa.

— Por que caíram no ninho de gobblers de areia? — a menina indaga, me ignorando totalmente.

— Não foi por querer. — Joel começa, foi totalmente falta de atenção, fomos burros os suficiente para ter caído em um buraco enorme, com certeza dava para ver de longe. — Nós estávamos andando.

— Como se chamam? — o homem se vira para mim como se quisesse responder minha pergunta.

— Ohana e Joel. — digo me apoiando melhor em meu cotovelos.

— Eu sou o Clyde. Esta é a Minnow. — ele aponta para ela.

Os dois estão com mochilas cheias de tralhas, velhas e desgastadas, assim como suas roupas. Não tomam banho há séculos aparentemente, a menina é fofa mesmo coberta de sujeira e o homem parece ser gente boa mesmo com cara de rabugento.

— Sorte de vocês que não somos monstros. Você e Joel gritaram feito uns bebês. "Isso é ruim, isso é muito ruim!" — A menina zomba de nós.

— Eu não falo assim. Minha voz não é tão aguda. — bato fraco no ombro de Joel rindo de sua cara, me levanto aos poucos sentindo todos os meus músculos doerem.

— É, Joel, gritamos como uns bebês. — Me alongo, colocando as duas mãos nas costas e me inclinando para frente, chegar nessa idade e já não ter mais flexibilidade é uma péssima notícia.

— É sim. — os dois falam. — Mais aguda que a minha e eu tenho oito anos. — Minnow completa e eu começo a rir mais ainda enquanto tento limpar minha calça suja de terra. Pego um paninho em minha mochila e tento tirar as manchas, ter um pouco de mania de limpeza no fim do mundo não é nada legal.

— Enfim, o que estão fazendo sozinhos aqui? — Clyde muda de assunto.

— Não estamos sozinhos, temos o Garoto.
— nosso cachorro aparece atrás de uns arbustos e acaba assustando Clyde e Minnow que  apontam as armas para atrás da moita onde Garoto está.

— Calma! É apenas um cachorro! — grito desesperada. — Vem, Garoto!

— Meu Deus, é um cachorrinho. — Minnow se derrete quando o vê, ele corre até nós e me permite abraçá-lo antes de ir para o colo da garotinha. — Vem cá garoto, vem cá.

Survive Or Love  [Love And Monsters] Onde histórias criam vida. Descubra agora