Survive Or Love [Love And Monsters]

Amor é uma merda

— Foi com ele que atravessou a superfície pra chegar aqui? — Cap surge do nada para me fazer essa pergunta tosca. O olho e deixo o que estou fazendo.

— Na verdade foi comigo que ele atravessou, eu vim apenas de acompanhante. — explico e ele expressa uma cara de confusão. — Digo, que eu não tinha intenção de sair do meu abrigo, foi ele quem saiu e eu o acompanhei.

— Ah, agora entendi. Muito legal da sua parte. — ele aponta para o que estou fazendo e pega uma das ferramentas que está jogada no chão, estou tentando ajudar, mas não consigo com a minha falta de experiência com ferramentas. — Olha, encaixamos a chave aqui e... — ele gira a chave. — Voilà!

Começo a rir e ele também.

— Obrigada pela ajuda. — pego a chave de fenda da sua mão e começo a tirar outro parafuso.

— Olha, você realmente é uma garota corajosa, admiro isso. — sorriu de volta, é legal reconhecerem isso, não foi fácil chegar até aqui.

— Mais uma vez, obrigada. — fico um pouco sem jeito, faz anos que não converso com outras pessoas, então não me julguem por não saber como agir.

— Ei, você ouviu que vai ter festa hoje a noite, não é? — ele sorri. — Eu sei que não existe mais essa de convidar para festas como par, mas você não gostaria de ser meu par hoje?

Queridos leitores do futuro, se um cara charmoso, com o sorriso bonito e um cabelo legal pede isso em um mundo pós-apocalíptico, quando você está bastante vulnerável por causa de outro cara que tem qualidades bem melhores mas é um babaca, é óbvio que você aceita.

— Hum... — fico fingindo pensar, não é porque você está sozinha, que vai deixar de fazer um certo charme, não pode deixar na cara que está desesperado. E não, não estou desesperada, é só um modo de dizer. — Vou pensar e te aviso, ok?

Ele sorri e olha para baixo, levantando seus cabelos e depois me encara, da um passo para trás.

— Certo, garota que atravessou a superfície em sete dias. Eu com certeza vou esperar sua resposta. — então ele sai e eu o sigo com o olhar, por onde ele passa cumprimenta as pessoas, acho isso super legal. Ele realmente parece um capitão.

— Ei, garota! — Janice me chama. — Você pode buscar uma caixa de ferramentas extra, lá dentro? É só pedir para o Pitt.

— Ah, ok.

Paro o que estou fazendo e vou em direção a caverna, acho super legal o que fizeram com esse espaço, realmente é um lugar confortável para se ter como abrigo, acho que quando esse lugar ficou pronto, todos tiveram esperança de que esse seria um lugar melhor e que ficariam em segurança. Mas acho que nem tudo saiu como o esperado. As coisas aqui estão perigosas, o bom é que Brooks chegou para ajudá-los.

— Eu vim aqui até você. E queria saber o que você sente sobre tudo isso. — paro imediatamente quando escuto a voz de Joel. Eles estão numa sala fechada por cortinas, minha curiosidade faz com que me esconda para escuta-los.

— Acho que é uma das coisa mais românticas que alguém já fez. — Aimee, confessa. É óbvio que ela acharia isso.

— Acha? Isso é ótimo, porque...

— Mas, escuta, Joel. Falar com você no rádio era um ótimo jeito de fugir do estresse de administrar a colônia. — Aimee confessa. — E... Você deve ser a única pessoa da minha vida antiga ainda viva. De Fairfield.

— Tem um "mas" vindo aí, né? — tapo a boca para não arfar, Joel está levando um fora. Eu sei como é isso, dói muito.

— Mas não achei que viria mesmo para cá, Joel. E eu estou feliz por ver você. Eu só não... Não sou mais quem eu era, sabe? Sete anos, é muito tempo. Perdi pessoas. Minha mãe, meus amigos e... Ano passado perdi alguém... e ele era importante pra mim. — consigo imaginar a cara de decepção de Joel, isso é realmente muito triste, não sabia que isso tinha chances de acontecer. Joel fez isso tudo por um amor que não é mais correspondido.

— Caramba, me sinto um idiota. — ele diz após alguns segundos em silêncio.

— Não, não se sinta. — ela o consola.

— Eu nem perguntei se devia vir. Só me empolguei e vim. Não sei o que pensei, na verdade eu sei sim. Eu viria, você se apaixonaria por mim e seríamos felizes.

— Acho que você estava tentando se apegar em algo do seu passado. Eu sou a única pessoa que sobrou que você já conhecia antes disso tudo, confundiu as coisas, ficou empolgado e não olhou para quem estava do seu lado. — meu coração gela.

— Como?

— A Ohana, Joel. Olha o que ela fez por você. — houve uma pausa e eu estou completamente tensa, sinto vontade de chorar. A própria Aimee percebeu algo que Joel não se deu conta, ou deu, mas não demonstrou. — Ela viajou por sete dias com você, para garantir que chegasse vivo e te entregar para sua ex. Esse é o gesto mais romântico que alguém já fez, ela te colocou em primeiro lugar e deixou a segurança da própria vida de lado.

— Eu nem sei o que dizer. Me sinto confuso.

— Não acho que goste de mim, acho que colocou isso em sua cabeça por eu ser alguém que te conhece há anos. Ela estava o tempo todo do seu lado e você não a notou, Ohana gosta de você. — nesse momento eu só consigo chorar, não penso em mais nada.

— Ela se declarou para mim. — diz Joel com pesar na voz. Ele está arrependido? — Foi quando brigamos. E eu nem fui capaz de ir atrás dela.

— Você está sob efeito de veneno.

— Nós... Nós tivemos um momento, dançamos juntos e eu senti algo bom. Algo que nunca senti, eu a olhei nos olhos, Aimee. Vi toda a bondade em seus olhos. Eu senti o meu corpo esquentar, senti que queria pausar aquele momento. Mas neguei e pensei estar traindo você. — reprimo um soluço de choro, eu não posso acreditar nisso, Joel realmente sentiu algo quando dançamos na chuva? Aquele olhar me dizia muita coisa, e agora ele quer dizer que tudo o que li nele era real?

— Me traindo, Joel? — Aimee pergunta.

— Sim, quebrando  a promessa de te encontrar.

— Você me  encontrou, agora deve se encontrar. Por onde esteve por todo esse momento? Por que não viu Ohana que estava com você o tempo todo?

Não ligo se não peguei as ferramentas de Janice, apenas corro para fora da caverna e me afasto o máximo possível das pessoas. Me escondo atrás de algumas rochas que é longe o suficiente para ninguém me escutar e deixo o choro me consumir. Grito de raiva e lanço algumas pedras no mar.

— Mas que porra, Joel! — grito.

Tudo o que eu mais queria era ser correspondida, mas nesses quatro anos que me apaixonei por Joel vivi conformada que talvez nunca rolaria nada entre nós, que ele me via apenas como amiga. Mas descobrir que ele me olhava de um jeito diferente e nunca demonstrou me deixa brava. Irritada de um jeito que talvez nunca senti antes. Eu posso estar sendo totalmente boba de estar assim, porque eu já passei por diversos problemas e consegui superar diversos deles, mas por que sinto que por causa desse amor idiota eu vou desabar?

Essa porra de amor é uma merda. Agora odeio estar apaixonada. Ainda mais apaixonada pelo burro e confuso Joel Dawson.

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Oii
Tudo bem?

Acham que Ohana está sendo dramática?

Estamos chegando na reta final da fic, em breve tem novidades!

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