O que você vai fazer?

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Não consegui sair do lugar, eu estava estática olhando para a casa dos Jauregui. Enquanto o lado esquerdo do meu rosto formigava por uma coisa ruim o direito formigava por uma coisa boa. Eu estava perdida e imersa em meus pensamentos, chocada demais para sair do lugar.

Depois de alguns minutos eu entrei no carro e dirigi para casa, ainda com a bochecha latejando. Assim que estacionei desci e peguei Sofia no colo, subi as escadas e a coloquei em sua cama.

Taylor Jauregui... apaixonada, por mim.

Devo dizer que não sou a pessoa mais linda do mundo, sou desastrada, amo ficar em casa e estudar, sou tímida — tudo bem que sou tímida nos cinco primeiro minutos. Taylor não tem o direito de gostar de mim, ela não pode e nem deve. Eu sou eu... não dá certo.

Ainda não havia entendido o motivo do tapa; quando você gosta de alguém você quer beijar ou abraçar a pessoa, não bater... não é? Nós ficamos abraçadas e então ela me deu um puta tapa ardido no rosto, qual é o nexo disso?

Mesmo depois do tapa e de sua revelação eu realmente gostava de Tay e não queria que nossa amizade estragasse por causa de uma fase, não queria me afastar dela e consequentemente de Lauren. Isso é engraçado, sempre que eu começo a falar da Jauregui mais nova a imagem da mais velha aparece em minha cabeça, deve ser os efeitos colaterais dos meus sentimentos por ela.

Eu me pergunto se existe alguma pessoa que conseguiria não se apaixonar por Lauren Jauregui, com aquele jeitinho meigo dela de ser. Quem não iria se apaixonar por aqueles lindos olhos verdes, aqueles cabelos que estão sempre perfeitamente arrumados ou pelo seu lindo sorriso? É humanamente impossível não se sentir atraído ou apenas sentir algo a mais por Laur... Ela é linda tanto por fora quanto por dentro e ela ser do jeitinho que é só torna tudo ainda mais especial.

— Kaki? — Olhei para porta e vi Sofi coçando os olhinhos. — Eu tive um pesadelo, posso ficar aqui?

— Claro que pode, meu amor. — Minha irmã sorriu e logo se jogou na minha cama se aconchegando em meus braços.

— Mila, por que sua bochecha tá vermelha? — perguntou interessada e eu a encarei sem saber o que dizer.

— Não sei — desconversei e ela aceitou isso, fechando os olhos logo em seguida.

Acho que a pior parte de se apaixonar é quando aquilo que você sente não é correspondido, quando você realmente dá tudo de si e a pessoa não sente o mesmo ou até mesmo não liga para os seus sentimentos. Não queria que tivesse sido assim com a Taylor, aliás, eu sinceramente queria ter me apaixonado por essa Jauregui.

Vamos ser realistas aqui, quais são as possibilidades de que Lauren e eu tenhamos algo? Quais são as possibilidades dos meus sentimentos por ela serem correspondidos na mesma intensidade? Quais são as possibilidades de nós nos beijarmos como um casal normal... Quais são as possibilidades de sermos um casal normal? Da sua família nos aceitar... Da sociedade nos aceitar?

São nulas.

Eu sou uma pessoa que quando me apaixono caio de quatro no chão, fico que nem um cachorrinho atrás da pessoa, faço todas as suas vontades e fico à mercê da mesma, tudo porque a pessoa me recompensa de alguma forma — antes de obviamente quebrar o meu coração.

O problema de eu tentar ter algo com Lauren não seria o de ter que cuidar dela do jeito que ela precisa e sim de como ela iria retribuir esse carinho, não estou falando de sexo ou de beijos, estou falando de abraços, mãos entrelaçadas, palavras amorosas.

Sou uma das pessoas que mais acredita que ela é normal, que ela pode ser tratada como uma pessoa normal, mas também sei o quanto ela sofre para ser normal, o quão difícil é para ela interagir com as pessoas e fazer coisas simples do dia a dia.

Perfect To MeOnde histórias criam vida. Descubra agora