Perfect To Me

Apenas Amigas

Minhas saídas com as minhas amigas sempre são minha parte favorita da semana, pelo simples fato de que, não importa o quão ruim meu humor esteja, elas sempre conseguem me deixar melhor e me fazem esquecer de todos os problemas com uma facilidade enorme. Nossa ligação é assustadora, mas acredito que uma amizade verdadeira e sincera como a nossa tem esse poder.

Mesmo cheia de problemas em casa, e acreditem, são muitos, não consegui tirar Lauren de meus pensamentos, seu jeito puro e genuíno haviam me encantado de uma forma assustadora, mesmo que fizessem apenas três dias que eu havia lhe conhecido. Não tive mais nenhum sinal de Lauren no shopping, ou sequer de Taylor, que não havia mais voltado para a livraria ou sequer falado comigo. 

- Eu ainda não acredito nisso! – Normani falou quando eu terminei de contar a história.

- Você está toda saltitante por causa de uma autista? – Dinah perguntou e eu a fuzilei com o olhar.

- Por que você falou assim? - Bufei frustrada - Lauren é uma pessoa como outra qualquer. – Falei levemente irritada.

- Mila, você sabe que não é bem assim e bem... você só conversou com ela por cinco minutos não tem como você já estar apaixonada! – Ally deu de ombros.

- E quem disse que eu estou? Tem uma diferença bem grande entre estar apaixonada e encantada... - Dei um longo gole em minha bebida - Ela mexeu comigo, apenas isso... – Dei de ombros.

Fiquei tão mexida com Lauren que quando voltei para a minha casa, após a faculdade, decidi fazer algumas pesquisas sobre o assunto, descobrindo que o autismo além de ter várias fases têm diferentes tipos, alguns deles são mais leves e outros mais agressivos. A pergunta que não calava era: se Lauren estava melhorando, como Taylor havia dito, como ela era antes?

Muitas pessoas criam uma imagem que o autismo traz características físicas, eu era uma dessas pessoas antes de pesquisar mais sobre. Achava que para uma pessoa ser autista ela tinha que ter uma aparência certa que espelhasse seu interior. Acredito que isso que traz o preconceito para pessoa que tem essa condição médica, afinal, esperamos que eles tenham aparências "diferentes" que irão refletir seu modo agir. Entretanto, autistas aparentam ser como qualquer outra pessoa no meio de outras, entretanto com dificuldades no desenvolvimento da linguagem, iterações sociais e outras coisas.

Somente na segunda-feira Taylor apareceu na livraria, ela estava radiante, como eu não via a muito tempo. Assim que se aproximou fez um sinal para que eu a levasse para a mesma sessão de sempre, então a acompanhei, já pegando os possíveis livros que ela adoraria levar para a casa.

- Lauren falou de você para a minha mãe... – A olhei surpresa com sua fala – Ela realmente gostou de você, e isso raramente acontece. – Taylor não parava de sorrir – É sério... é muito difícil Lauren interagir com novas pessoas e sentir confiança nas mesmas, ela meio que é bem reservada e minha mãe sempre está por perto vendo tudo o que ela faz... – Revirou os olhos.

- Eu adorei sua irmã, ela parece um doce de pessoa e realmente espero que nós possamos nos encontrar novamente.

- Por que você age assim? – Perguntou séria e eu apenas franzi o cenho, confusa com a mudança repentina de humor.

- Assim como? – Perguntei.

- Por que você ainda não fez piadinhas estúpidas? - Franzi ainda mais o cenho - Por que você não se afastou de mim ou zoou minha irmã na minha cara? – Deixou escapar com os olhos marejados.

Após um longo período de silêncio, eu completamente encabulada e sem saber o que dizer, Taylor respirou fundo e me encarou .

– Desculpa...