Sofia olhava furiosa para Lauren, que aparentemente havia desenhado por cima da sua casa. Eu não me importaria caso fosse o meu desenho, mas era Sofi, e, bem, ela tinha um sério caso de amor com os seus desenhos.
— V-Você estragou o meu desenho! — minha irmã falou, bicuda.
— Sofi... está tudo bem, você pode apagar e desenhar de novo — disse, me levantando andando até ela.
— Mas estava tão bonito, Kaki... — Ameaçou a chorar e eu arregalei os olhos. — E-Ela desenhou por cima... — Seu bico ficou ainda maior e eu a peguei no colo.
Quando olhei para Lauren vi seus olhos arregalados e totalmente culpados. Taylor rapidamente se levantou e abaixou ao seu lado, Lolo começou a se balançar e levou as mãos até os ouvidos... Ela estava tendo um outro surto, Sofi iria ficar assustada.
— Não chore, está bem?! Por favor, Sofi, eu juro que te levo para tomar sorvete depois! — Sussurrei ao pé do seu ouvido e ela me olhou com uma cara sapeca. — Lauren está ficando mal, diga para ela que está tudo bem.
— Não, Lauren tem que saber que ela não pode fazer qualquer coisa — Taylor falou levemente irritada.
— Lolo, está tudo bem... Olha, a Sofi já está apagando e desenhando outro! — Apontei para a minha irmã que realmente fazia aquilo.
Lauren me olhou ainda com as mãos sob os ouvidos e seu corpo continuava a balançar, mesmo que fosse bem devagar, todos naquele quarto, exceto Sofia, pareciam apreensivos. Aos poucos ela foi parando de se mexer e apenas observava minha irmã mais nova.
Por vinte minutos ela ficou ali, sentada, olhando fixamente para a mão de Sofia enquanto Taylor e eu havíamos voltado a sentar no puff. Era assustador a forma que seus lindos olhos verdes ficavam fixos na pequena mãozinha de Sofia. Falam que autistas são meio desligados, mas eu acho totalmente o contrário, eles prestam atenção, até demais, nas coisas.
As duas se cansaram de desenhar, acabou que nós fomos comer algo na cozinha; eu preparava lanches com Taylor enquanto Lolo e Sofi estavam vendo um filme qualquer na sala.
Minha amiga estava sentada em um dos banquinhos altos que ficavam na frente da bancada que dividia a sala com a cozinha, onde ela poderia observar as duas e conversar comigo sem grandes problemas. Acontece que Taylor ignorava sua irmã e continuava conversando comigo como se nada estivesse acontecendo.
Sabe quando você sente que tem algo diferente? Como se todas as informações estivessem na sua cara e você as ignorasse? Eu me senti daquele jeito, mas apenas aquele momento. Sou uma pessoa um tanto quanto desligada, todas as informações podem estar na minha frente que eu meio que desligo e acabo desistindo. Isso se torna um ponto negativo fácil em minha personalidade, não sou tão persistente assim.
Algumas pessoas preferem se enganar e não acreditar que todos fecham os olhos para aquilo que não querem ver. Acontece que qualquer pessoa acaba se cansando de não ter respostas e muito menos entender o que está acontecendo, é uma característica broxante do ser humano: desistir.
— Você está diferente... — comentei com Taylor quando comecei a fazer o quarto e último lanche.
— Isso é bom ou ruim? — perguntou e eu apenas dei de ombros.
— Você sumiu, depois mandou eu me afastar... Agora voltou como se nada tivesse acontecido, apenas queria entender o que acontece — disse sincera e ela me observou com aqueles olhos intensos.
Olhos intensos: características marcantes de um Jauregui.
— Não sei... Estou apenas confusa sobre algumas coisas e a situação em casa não é das mais fáceis — falou simplesmente e eu cortei o último lanche no meio, o colocando no prato.

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Perfect To Me
Fanfiction[FINALIZADA - Desisti da revisão, desculpem pelos erros, rs] Quantas pessoas desejam ter um amor de livro? Quantas pessoas desejam poder lançar um livro? Camila Cabello estava no último ano da faculdade de letras quando descobre que para escrever u...