Perfect To Me

Quase Amigos

Ressaca do caralho.

Eu juro que nunca mais vou beber na minha vida. Mentira, sempre falo isso depois de uma boa noitada e sempre acabo bebendo de novo, acho que até mais do que a última vez... É sempre assim.

Não ando escrevendo muito aqui, em meu diário. Acho que por tantos dias pulados qualquer pessoa pode perceber isso. Aquela vontade absurda de dedicar cada palavra daqui para alguém sumiu; se bem que por isso aqui ser o meu diário não vejo motivo para que alguém leia e muito menos faça qualquer outra coisa com isso, só que nunca se sabe.

Depois da minha conversa com Chris na noite passada eu fiquei muito confusa, meu coração se apertou de uma forma tão forte e tão absurda em saber tudo o que acontecia com Lauren; saber que ela não dormia direito a noite, que ela tinha várias crises seguidas e que isso fazia com que toda a casa acordasse e sofresse com ela era mais do que horrível, e eu era a culpada de tudo isso.

Após o almoço recebi uma mensagem no celular de um desconhecido, a princípio achei que podia ser o Austin — era esse o nome dele? Isso, Austin tivesse me mandado algo, mas me enganei porque acabei me lembrando que eu havia salvo o seu número no meu celular, então obviamente iria aparecer seu nome, o que não aconteceu.

"Peguei seu número no celular de Taylor, espero que não se importe. Eu gostaria de conversar com você essa tarde, lá pelas três e meia, apenas nós dois. Seria bom conversar com você sóbria. — Chris Jauregui" Menino abusado, eu hein, achei que nossa conversinha de ontem tivesse feito ele mudar esse jeito rude de ser, mas fui enganada mais uma vez.

Quando olhei para o relógio vi que teria cerca de hora para me arrumar, fui tomar um banho e me trocar, claro que antes eu tomei um comprimido para ver se a maldita dor de cabeça passava de alguma forma. Tratei de enviar uma mensagem depois que saí do banho, perguntando o lugar que ele queria me ver. Chris respondeu dizendo a pista de Skate — mereço?!

Me despedi dos meus pais e tentei beijar Sofi, que levantou do sofá antes que meus lábios se chocassem com a sua testa. Respirei fundo e dei de ombros; fazer o quê, ela não queria papo e eu não poderia fazer nada contra isso. Berrei que a amava enquanto a pequena ia em direção ao seu quarto e ri quando ela respondeu que me amava de volta. Sofia já estava cedendo.

Peguei as chaves de minha mãe e logo em seguida disse onde estava indo, ela concordou com a cabeça e me desejou boa sorte sem nem mesmo saber o que eu estava indo fazer, se bem que mães, principalmente a minha, tinham um sexto sentido incrível e isso consegue me deixar assustada sempre.

Desci do carro e não consegui deixar de me sentir nervosa, não sabia o que o Jauregui do meio queria comigo. Vai ver ele só queria esclarecer algumas dúvidas do que realmente aconteceu entre suas irmãs e eu... ou ele podia querer me cercar com os seus amigos e me apagar. Sou idiota, eu sei, mas qual é, isso realmente poderia ter acontecido!

O avistei sentado em uma mesa redonda, Chris estava sozinho e tinha dois copos da Starbucks na mesa, respirei fundo e andei em sua direção.

— Hey... — falei quando me aproximei, ele se levantou me abraçando rapidamente, um pouco desajeitado.

Christopher vestia uma calça jeans, tênis, uma camisa branca e um boné também branco com alguns detalhes azuis. Chris faz jus ao sobrenome, é um lindo rapaz, seus cabelos castanhos e um pouco compridos não deixam que as pessoas reparem bem em seus olhos castanhos claros, carregados de uma certa dor. Seus lábios grandes e largos eram de um rosado puxado para o vermelho, mas nunca mostrava um sorriso e isso me perturbava de uma certa forma... Ele não parecia feliz.

— Hum... sobre o que você quer conversar? — perguntei pegando o segundo copo que ele havia empurrado em minha direção.

— Para falar a verdade eu nem sei... — Suspirou e olhou para as suas mãos em cima da mesa. — Desculpa por ter gritado com você ontem e por não ter te levado até a sua casa, foi falta de respeito da minha parte. — Sorri de canto e neguei com a cabeça.