Perfect To Me

Uma nova vida

16 de Abril de 2017

Eu nunca coloquei datas enquanto escrevia o meu diário, se bem que todo mundo fala que para tudo tem uma primeira vez, não é mesmo?!

Há exatos três anos e meio atrás eu comecei a escrever esse diário, "achei" ele a quatro dias atrás e só fui criar coragem de lê-lo à algumas horas. Demorei tanto tempo porque eu sabia quantas lembranças estariam nessa agenda de capa azul com as folhas meio amassadas.

Fiz o certo de preparar o meu psicológico, nunca chorei tanto lendo algo que eu mesma escrevi; nunca tantas lembranças se passaram com tanta nitidez em minha cabeça. Enquanto eu lia pude reviver cada momento, cada sensação e cada sentimento como se estivesse de volta naqueles momentos, foi uma sensação maravilhosa.

Por que eu resolvi voltar a escrever depois de três anos e meio? Simples, eu havia "perdido" esse diário durante a semana da mudança para New York; depois do meu encontro com Chris não tive mais tempo para escrever, tive que me focar nas provas finais e depois da minha super festa de formatura eu me vi no carro de Dinah fazendo uma enorme mudança para a Big Apple, a cidade das oportunidades.

Aqueles três meses foram torturantes, acho que nem essa palavra poderia definir a angústia e a ansiedade que eu sentia. A enorme vontade de uma vida nova, a vontade de conhecer novas pessoas, viver novas experiências, aprender ainda mais, ler novos livros, comer novas comidas... A vontade de viver me consumia.

A minha festa de formatura foi linda, minha família estava lá e as meninas com seus namorados também; até Austin foi. Nós dançamos a noite toda, rimos à beça e eu acabei chorando por todas as lembranças e textos lidos por meus colegas de sala.

Me formei em letras e consegui um emprego que pagava bem. No começo de 2014, era professora de inglês para alunos de treze/quatorze anos, claro que minhas aulas eram cercadas de piadinhas por eu ser tão desajeitada, por eu ser nova e principalmente por ser o meu primeiro ano trabalhando com professora. Hoje em dia trabalho em uma faculdade, do aula de literatura na 'New York University', claro que com os contatos certos e muito esforço eu consegui ser um ótimo destaque a substituir o antigo professor de literatura.

Vamos ver mais o que eu tenho que contar... Continuo escrevendo meus livros, os envio de três em três meses para diferentes editoras mas nenhuma se interessa por minhas crônicas ou pelos meus romances trágicos.

No final do ano passado Dinah teve que voltar a morar em Miami por conta do problema de saúde de sua avó, o que resultou em um apartamento um tanto quanto grande apenas para mim e Manibear. DJ conseguiu um ótimo estágio e agora era enfermeira na ala infantil do principal hospital de Miami, ela queria cursar a segunda etapa da faculdade para que finalmente ela se torne uma grande médica. Eu torço do fundo do meu coração para que tudo dê certo e que ela consiga realizar seus sonhos.

Normani e eu vivemos juntas e devo dizer que nem é tão trabalhoso dividir o apartamento com ela; Mani é extremamente organizada e rígida, por isso o apartamento está sempre impecável e na perfeita ordem, ainda mais depois que a bagunceira maior voltou para Miami. Manibear anda sempre muito ocupada, agora é uma das professoras de dança de uma academia local, seu corpo continua impecável e ela continua rígida com a alimentação, isso mantém a minha alimentação saudável e o meu corpo em forma. Sem falar que dividir apartamento com a sua melhor amiga você acaba descobrindo que não consegue viver sem ela.

Ally é ajudante do chef em um dos restaurantes mais requisitados em New York, as meninas e eu fomos apenas uma única vez e só não fomos mais por conta de: não termos modos o suficiente, afinal, Dinah Jane não consegue rir baixo e eu não consigo parar de fazer minhas babaquices. Troy e ela continuam juntos e dividindo o apartamento, não vejo a hora que eles se casem e tenham filhos de alturas aceitáveis, nem muitos baixos mais nem muito altos.