- Soubes papai? Inventaram agora a homosexualidade. Essas pessoas não devem ser aceitas no mundo misericórdia. - Comentou minha mãe com meu avô enquanto servia os pratos à mesa.
Eu não sabia sobre isso realmente, só ouvi alguns pequenos comentários enquanto andava pela cidade. Dizem que são pessoas que sentem atração por pessoas do mesmo sexo. Isso parece ser tão estranho.
[...]
- Com licença Senhora Evans. - Cumprimentei-a quando a mesma atende a porta e me recebe com um sorriso. Estava quente este dia, queria mostrar para Arvid um lugar fresco hoje. - Arvid está?
- Sim, querido, entre por favor. - Ela deu-me espaço e eu entrei agradecendo. - Meu filho está no quarto, um dos últimos daquele corredor.
- Obrigada senhorita.. Como está sendo a mudança? Precisa de ajuda com algo? - Perguntei apenas por educação, estava um tanto abafado lá dentro e eu só queria um vento.
- Por um lado sim, está complicado, mas coisas assim são normais Ronald. - Ela sorriu graciosamente.
- Bom, qualquer coisa estarei aqui. Agora se me permite.. - Me curvei rapidamente e fui até onde ela diria que seria o quarto de Arvid.
Me aproximei e bati em sua porta.
- Mamãe, eu já falei que não precis... - Ele começou impaciente mas logo percebe que sou eu e a impaciência se torna vergonha. - Oi, desculpa, achei que fosses mamãe.
- Tudo bem, quer que eu te espere aqui?
- Não, pode entrar se quiser. - Arvid abriu o resto da porta, e pude visualizar que estava com uma camiseta regata que, se batesse qualquer vento, mostraria seu mamilo; também estava com uma calça amarronzada desbotada. Entrei em silêncio e dei uma olhada em seu quarto.
Ainda estava com algumas malas por causa da mudança provavelmente e havia alguns livros espelhados pela cama.
- Legal.. seu quarto. - Olhei para os livros e depois para a janela. - Posso abrir as janelas? Estou morrendo de calor.
- Claro. Eu quase não estou sentindo calor, quer dizer, acabei de sair do banho. - Rimos e eu abri as janelas, incrivelmente bateu um vento perfeito nesta hora, muito melhor.
- Então.. Gostas de ler? - Me sentei em uma poltrona meio distante de sua cama, observando os livros.
- A-Ah sim, eu gosto muito, tenho outros livros porém estão no escritório do meu pai. - Ele percebeu a bagunça em sua cama e os recolheu, colocando em uma dos armários. - Você gosta?
- Eu não tenho tantos livros, não sou um fã como você. - Brinquei com ele e Arvid riu.
- É, talvez eu seja um pouco fanático com tudo isso, mas claro, já leu livros de magia? São incríveis. - Fala com uma certa empolgação e eu acabei soltando algo.
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Talvez em Outra Vida
Short StoryRonald era visto como o garoto perfeito da cidade, o dito marido perfeito para as damas. Seu mundo começa a se complicar quando a família Evans, os novos moradores daquela cidade pequena que praticamente ninguém visitava, chegaram; junto deles o fil...