Não pude esperar, precisava encontrá-lo para irmos, não nos restava mais tempo aqui, estara perigoso demais.
Com a respiração falhando assim que chego na lateral de sua casa, pulei a janela do quarto de Arvid sem aviso e vi o mesmo chorando, previ que ele já soubera e soltei um suspiro desanimado.
- Você.. Já soube.. - Minha fala sai triste e ele enxuga seus olhos.
- Precisamos ir embora, o mais rápido possível. - Fala decidido, se levantando.
- Não temos para onde ir ainda! - Segurei seu ombro, e então nos encaramos, logo aparece um semblante de que choraria novamente.
- Qualquer lugar.. Menos aqui. - Ele me abraça no mesmo segundo, respirando fundo. Pensei um pouco sobre isso e percebi uma mala pequena ao lado de sua cama, meio escondida.
- Parece que já arrumou suas coisas, mas eu não tenho nada para levar, então acho que.. podemos partir. - Arvid me olha com esperança e demos um sorriso, está na hora. Em nossa hora.
- Tem um lugar... Que podemos ficar, pelo menos por enquanto. - Dá ideia e nós fomos pegando outra mala pequena, agora para mim, enquanto ele explicava onde era esse tal lugar. - Perto daquela árvore que íamos, havia um celeiro velho, nem os próprios donos vão mais lá.
- É uma boa ideia, mas tem certeza que ninguém mais vai para lá? - Afirma com a cabeça, logo me dando um selinho e me entregando à mala.
- Tenho, muita. - Ele sorri e eu retribuo, nos abraçamos por uns segundos novamente para caso algo não aconteça como esperado. - Oh, espere um momento.
Pega um lápis e um papel velho em sua escrivaninha e escreve o quê receio que fosse uma carta de despedida para seus pais.
Assim que acaba de escrever, dobra a carta e a assina, logo fez um sinal positivo com a cabeça para mim e peguei sua maleta, saindo primeiro pela janela, não demorou muito para Arvid fazer o mesmo.
Fomos correndo por trás da grama alta e capim até o celeiro, estava vazio lá, apenas umas caixas velhas com frutas, uma escada que dava para um lugar mais alto, onde poderíamos nos esconder ou dormir.
- Aqui é perfeito. - Dou um leve sorriso e olhei para Arvid, ainda estava triste com toda essa situação. Me aproximei e toquei em seu ombro, fazendo-o despertar e atrapalhar seus pensamentos. - Vai ficar tudo bem.
Me solta um sorriso fraco e me beija, colando nossas testas.
- Temos comida aqui apenas para alguns dias e metade do dinheiro ficou em sua casa, o que iremos fazer? - Fala tentando ser menos preocupante mas não adianta, estávamos numa puta duma situação ruim.
- Talvez ahm... - Pensei um pouco e lembrei. - Mamãe tem um sono pesado, posso ir lá pegar minhas coisas ao anoitecer, assim entrarei e sairei discretamente.
- Tudo bem, irei com você, não quero que vá sozinho. - Falou decidido assim que acabei de falar.
- Será arriscado para você, querido.
- Não ligo, irei com você, fim de papo, estamos juntos nisso. - Nem isisti para o mesmo ficar, do jeito que é teimoso iria de algum modo, eu amo esse homem.
Assim que escurece, seguimos para a cidade, neste horário estavam poucas pessoas na rua, algumas casas com tochas e moradores também, passamos por trás das casas, não queria que Arvid ficasse em choque ao ver como deixaram Teresa...
Assim que chegamos em direção à minha janela, falei para ele me esperar por alguns estantes e que eu seria rápido.
- Tudo bem, ficarei por aqui, seja cauteloso. - Sussurra e eu aceno, concordando.
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Talvez em Outra Vida
Short StoryRonald era visto como o garoto perfeito da cidade, o dito marido perfeito para as damas. Seu mundo começa a se complicar quando a família Evans, os novos moradores daquela cidade pequena que praticamente ninguém visitava, chegaram; junto deles o fil...