Capítulo 13.

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Fazia um tempo desde... Aquele dia.

Seria o... pai dele?

A lembrança vem à minha mente novamente e a chacoalho para tentar esquecer. Precisava ver, conversar, olhar, tocar Arvid; aquela saudade estava acabando comigo junto com minha preocupação.

Sobre o namoro falso, não para de se espalhar na cidade e minha mãe poder tomar liberdade para fazer a festa com suas amigas. Merda, com certeza já havia chegado à família Evans, e eu não sei como Arvid reagira.

O pagamento pelo trabalho naquela obra estava indo bem, acho que com apenas esse emprego conseguirei a quantia suficiente. Precisava falar com Arvid.

Me acostumei tanto com sua presença diária, contava meu dia para ele, conversava sobre assuntos banais e importantes, me divertia, me sentia calmo...

- Filho? - Minha mãe fala na porta do meu quarto, onde me encontra sentado na cama olhando para a janela. Como eu queria um daqueles bilhetes seus agora...

- Sim? - Me afastei dos meus pensamentos e me levantei, não muito animado com, basicamente, tudo.

- Arrume esta cara! Esqueceu das fotos? Teresa já está lá. - É... Mais umas coisinhas que esqueci de falar. Éramos o casal modelo da cidade, nos "decretaram" ontem, hoje seria nossa primeira seção de fotos como um casal.

Credo.

- Ah. Ah sim.. - Suspirei e fingi um sorriso em meu rosto. - Vamos, por favor...

[...]

O dia foi longo, e chato. Hoje eu iria ver Arvid, pelo menos para olhá-lo de longe.

Tenho muitos livros que o mesmo me emprestara, posso usar como desculpa para visitá-lo.

Umas 19:58, peguei uns três livros que sei que ele gostava e os levei até sua casa. Toquei a campainha e esperei lá.

Logo, para minha surpresa no caso, Arvid que me atende. Olho-o com uma cara de surpresa, sua expressão era cansada.

- A-Arvid eu.. - Ele me interrompe, me puxando para dentro.

- Espere eu fechar a porta. - Falou não me olhando nos olhos e fechou a porta, foi então quando ele finalmente me olha, nos encaramos por um tempo.

- Podemos.. Conversar? - Falei colocando os livros numa mesinha e em questão de segundos, Arvid me dá um abraço caloroso.

- Me desculpe Ronald.. Droga, está tudo tão insuportável. - Ele desabafa e eu o abraço de volta, ficamos um tempo assim para matar a saudade.

- Eu estava morrendo de saudade de você, Arvid. - Se eu pudesse chorava, mas precisava ser forte pelo menos por agora. Acabei sorrindo e ele também.

- Não sabe o quanto eu senti sua falta, sei que foi apenas alguns dias mas.. - Ele suspira no final da frase e sorri com os olhos marejados, me beijando em seguida.

O gosto da sua boca, como eu o segurava com meus braços, seus lindos e incríveis olhos, meu deus que sensação maravilhosa.

- Espere, seus pais não estão em casa? - Falei quando paramos um tempo para respirar.

- Viajaram, voltam amanhã de manhã. Temos.. O tempo de sobra para nós dois. - Sorrimos ao mesmo tempo.

- Isso é maravilhoso. - Ele acaba rindo de meu comentário animado e me leva para seu quarto.

Não me deu nem um minuto quando entramos pois pulou em meu colo e me beijou, me fazendo segurá-lo pelas coxas. Fui indo devagar até sua cama enquanto nos beijávamos e ele entrelaçava seus braços em meu pescoço e ombros.

Talvez em Outra VidaOnde histórias criam vida. Descubra agora