Capítulo 18.

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Ele... Ele se foi.

Já sentia que essa dia estava próximo, mas não estava preparado ainda para ele partir.

Flashback on

- AJUDA POR FAVOR, EU PRECISO DE UM MÉDICO!

Ouvi gritos e reconheci que era voz de minha mãe, me levantei correndo abri a porta com tudo. Meu mundo parou por segundos vendo aquela cena.

Vovô estava no chão, minha mãe chorava desesperadamente e logo vizinhos vieram ajudar, e eu fiquei em pé olhando tudo aquilo.

A dor em meu peito veio, as lágrimas desceram, e caí de joelhos no chão.

- Não, não, não... - Bati em minha própria cabeça várias vezes tentando negar que aquilo fosse verdade, chorando cada vez mais como um louco.

Me arrastei até onde meu avô estava, não sentia sua respiração, o desespero bateu mais que o normal.

- H-Hey, vamos velhote levante, pare de brincadeiras. - Falei rindo de nervoso, isso é algum tipo de brincadeira. Tem que ser, por favor. - Por favor, vamos vovô...

- Ronald... - Minha mãe fala entre soluços, tentei o levantar ainda com meu corpo todo tremendo.

- Isso não pode acontecer, não com você! - O choro tomou conta de mim vendo que ele já não respirava mais.

A ambulância chega, me afastam a força do meu avô, tentei me bater contra isso porém apenas me soltaram quando ele já estava na ambulância.

Sentia falta de ar, meu corpo tremia, meu coração doía. Eu poderia ter feito algo, poderia ter sido um neto melhor, ter jogado fora todos aqueles malditos cigarros!

- R-Ronald.. - Minha mãe tenta se aproximar de mim e eu solto um grito, de raiva, angustia, tristeza, eu não queria ouvi-la, não queria saber de suas desculpas.

Eu não queria aceitar.. Não posso aceitar que ele se foi desse jeito. Não hoje. Nem amanhã!

Eu quero.. O meu vovô comigo...

Flashback off

Descobri, no final das contas, que o infarto o matou.

Agora, está sendo seu.. Funeral.

Ver tantas pessoas fingindo se importarem com meu avô era insuportável, estava lá por respeito a ele. Uma das únicas pessoas que realmente amava meu avô era seu amigo, o dono daquele mercadinho. Uma vez me disse quando eu era apenas um moleque: "Haha não vou à velórios! Se for para me consolar irei ao novo bar! Com ou sem aquele velho fumante".

- Tadinho, ele deve estar muito triste... - Uma daquelas velhas falara sobre mim.

Os pais de Arvid vieram, e ele também. Eu queria, queria tanto tê-lo abraçado, dando o foda-se para todos, eu apenas precisava de seu consolo.

Quando o corpo foi enterrado, meu coração apertou mais que o normal, e então veio uma crise de choro novamente.

- Ronald. - Mamãe tenta me chamar novamente e eu tento respirar ou respirar melhor, a encaro com os olhos marejados.

- Me deixe.. - Fúria foi mostrada em meu olhar e voltei olhar para frente, me sentando lá mesmo, naquele monte de terra.

Várias lembranças começam q rodar minha mente.

"Seu moleque!"

"Está tudo bem, seu velho aqui te ama.'

"Vamos, me dê um abraço meu grande rapaz!"

Talvez em Outra VidaOnde histórias criam vida. Descubra agora