Sonetto in perditis

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No cerne da alma, eu hei de gritar:
Onde estão os amantes dos sonetos?
Que vos me disseram para ressoar

No canto mais mórbido, há de existir
Uma conflituosa dívida do coração
No veroz cancro, encontro-me a resistir

Porventura, me fascina tal colírio
De poder redigir prosas, em paisagens belas
Do núcleo que transmuta, a dor em delírio

Alucinado nos tercetos, congruentes
Canta-lo-eis para o dividendo coração
Por consequente, refrata na alma, complascente

Deve a mim, um refúgio
Um lugar para onde eu possa visitar
Toda emoção, que cede por transfúgio

Benevolente a alma, que as faz beirar
Na mais bela ternura do mais ímpio gesto
Que no meu peito, se há de esgueirar

Ó tamanha diligência, nos versos, exaltar
Um sentimento nascente, distante a ecoar
Que puseram a mim, um novo mundo, recitar

~Apoloet

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