Crônicas de uma Doença Crônica

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Eu ei de morrer afogado em lágrimas
Amanheço com dores leves até calmas
Meu cérebro deformado um dia irá partir
Para um lugar onde minha mente possa
Descansar em paraíso de paz ou souvenir

Calço meus chinelos
Meus dedos dos pés estão trêmulos
Mas o tempo lá fora sequer está frio
Eu ando pensativo, eu penso em sedativos
Eu convivo com pensamentos negativos

Essa falsa sensação de bem estar
De estar bem sem mesmo caminhar
Caminhar em direção à círculos inquietos
Minha visão se perde nos teus quartetos
Quartetos emocionais que me faz duvidar

Mas ando bem ou não tão bem
Tomo meu cereal matinal enquanto vejo
O maldito e monótono noticiário
Mesmo me faltando alguns cromossomos
Percebo o mesmo caos em relicário

Relíquias de dias que foram e serão
Sempre os mesmos e velhos dias
Os homens mudam o que a doença cria
Eu me torno escravo de um ciclo
Redigido por dores externas que esfria

Esfria o meu sistema neural
Eu poderia sobreviver com essa doença
Mas as doenças de fora me consomem
Mudam vossos pensares, os distorcem
Meu paraíso de paz uma tese de utopia

~Apoloet

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