Ruas de Marselle

32 5 0
                                    

Balas de chumbo de aviões de guerra
Jogadas nas calçadas após o desespero
Após o infiel sorriso e o helenístico pensar
Após um outono que não se deve lembrar

Há homens que passaram por lá
De terno e sapato, galantes ao luar
Talvez mafiosos ou esposos da noite
Cigarro e cinzas e um tremendo açoite

Velha paris de 12 querida e odiada
Que de belle epoque não tem nada
Em que os ratos aproveitavam a podridão
A podridão humana por acordos disfarçada

Há quem julgue as ruas francesas
Há quem julgue as ruas de marselle
Retratadas por Van gogh em sonhos
Pintadas sobre óleo numa noite estrelada

Raining man se foi, a chuva ficou
As máquinas enlouqueceram Chaplin
Os mímicos caíram em depressão
Um teatro de faces sem expressão
Marselle obscureceu o seu coração

~Apoloet

Apoloética Onde histórias criam vida. Descubra agora