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Any Gabrielly

Estamos na praia.

— Tem certeza que quer ensaiar aqui? Na areia? – pergunto tirando meus tênis. 

Não sou nenhuma menina fresca que não gosta de areia ou sei la, só perguntei porque nossos pés vão ficar afundando.

— Sim – ele diz colocando um pano que ele trouxe pra colocarmos nossas mochilas na areia. – Sempre venho pra praia quando preciso de criatividade. 

— Bom, então tá – dou de ombros e olho em volta. Tem poucas pessoas aqui, tem um casal na água, uma família mais mais pro outro lado da praia e um casal de velhinhos tomando sol do outro lado. Sorrio os observando, parecem felizes. 

— Pronto – volto minha atenção a Josh, ele ja arrumou as coisas e agora está em pé ao meu lado. – E se nessa ultima parte, você impulsionasse pra trás e eu te seguro como se te ajudasse a levantar, mas então você se deita no chão – ele continua a ideia fazendo uns movimentos com a mão e eu assinto imaginando como ficaria. 

 — Acho que fica legal, vamos ver – ele assente e liga a musica, então eu faço do jeito que ele insinuou. 

Primeiro eu arqueio minhas costas impulsionando, depois quando ele me segura pela cintura - para de acordo com a coreografia, ele me ajudar a levantar - acabo sentindo um arrepio e me desconcentrando. 

Levanto com tudo, porém esqueço que para ele ter segurado minha cintura, ele estaria bem perto. 

Nossos narizes acabam se encostando, e pra não cair me seguro em seus ombros. 

— Any – ele murmura e meu olhar segue para seus lábios. – Esta se sentindo bem? 

Não. Meu coração acelerou e me cérebro está girando. Estou sem ar.

— Sim. 

— Tem certeza? – sua mão que até então estava na minha cintura, sobe para minha bochecha. 

Meu corpo esquenta, acho que fiquei com febre de repente. 

— Sim – minha voz falha. Molho meus labios e repito mais firme – sim, tenho certeza. 

Largo seus ombros e me viro pro mar, solto minha respiração que nem sabia que estava prendendo.  


Depois do que aconteceu voltamos a ensaiar novamente. Fizemos os movimentos que Josh sugeriu, só que ao contrario, de um jeito que ele não segurasse minha cintura por muito tempo. 

Me deito na toalha e coloco o braço na testa respirando fundo. Estou suando.

— Nem acredito que terminamos – suspiro e tiro meu braço do rosto encarando o céu sem nuvens. 

— Nem eu – ele suspira também. 

Ficamos assim uns dez minutos encarando o céu.

— Ei – Josh chama e eu viro meu rosto pra ele. – Vamos entrar na água?

— Que? Não – volto a encarar o céu. – Nem trouxe biquíni.

— E? 

Volto a olhar pra ele que estava com um sorriso no rosto. Nego novamente. 

— Vamos Gabrielly, deixa de frescura – ele se levanta tirando sua blusa e pegando meu braço me puxando, resmungo mas ele por ser mais forte consegue me levantar. – Está calor, vamos. 

Continuo negando com a cabeça e então ele me pega no colo, me jogando em seus ombros.

— Joshua! – começo a rir descontroladamente e quando eu vejo já estou encharcada. – Meu Deus, você não fez isso – passo a mão no cabelo derrotada e logo nos meus olhos, assim que os abro encontro Josh rindo com os cabelos molhados. 

Bato em seu ombro e olho uma onda vindo, solto um grito e pulo em cima de Josh, escutando sua risada, então agarro seu pescoço para não afogar, ja que fui pega despreparada.

Assim que a onda passa solto seu pescoço e afundo meu rosto na água tirando a areia do meu cabelo.

— Eu lavei o meu cabelo ontem, sabia? – digo indignada mas não consigo ficar séria com ele rindo, acabo rindo também. – Para de rir, não tem graça. 

 — Tem sim, a cara que você fez foi incrível – ele passa a mão no cabelo. Percebo que fiquei olhando tempo demais. 

Desviamos o olhar ao mesmo tempo, tiro minha blusa que ia até minha cocha, ficando apenas com meu shortinho preto e meu sutiã preto. Volto pra areia e coloco a blusa encharcada na toalha, depois volto correndo até Josh. Ele está bem lá no fundo.

Jogo água na direção de Josh e ele faz a mesma coisa, grito quando outra onda se aproxima e Josh ri se aproximando de mim.

— Tem medo das ondas, Gabrielly? – ele arqueia as sobrancelhas achando graça e eu franzo as minhas. 

— Não é medo, é receio! – olho na direção da onda e ao ver ela bem próxima pulo no pescoço de Josh novamente. 

— Não tem problema, eu seguro você – suas mãos rodeiam minha cintura e ficamos nos encarando por uns segundos, mas assim que a onda bate em nós começamos a rir. E foi assim até anoitecer. 





тнσυgнтs || ʙᴇᴀᴜᴀɴʏOnde histórias criam vida. Descubra agora