тнσυgнтs || ʙᴇᴀᴜᴀɴʏ

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Josh Beauchamp

Três dias depois

Jogo o celular na cama assim que a ligação pra Any cai na caixa postal pela décima quinta vez.

Deixei várias mensagens na caixa de recados, nas suas redes sociais e nada. A primeira vez que eu liguei pra Sabina, ela disse: "Vai a merda." Até Lamar e Krystian estão me ignorando. 

— Que porra que ta acontecendo? – passo a mão no rosto.

Olho pro porta retrato de Jaden ao lado de sua cama. É uma selfie dele mesmo, que, segundo minha mãe ele tirou um dia antes de falecer. 

Assim que soube da notícia vim correndo a casa da minha mãe. Liguei varias vezes pra Any no caminho, mas caía em caixa postal. Então pensei que quando chegasse aqui e mandasse mensagem ela veria, mas ela começou a me ignorar e a não abrir as mensagens. 

O enterro foi ontem. Estou arrumando as poucas coisas que eu consegui pegar antes de vir pra cá, já que foi de última hora. Vou voltar hoje mesmo para LA.

Sinto alguém me observando e me viro em direção a porta.

 — Oi mãe. 

Ela dá um sorriso forçado e se aproxima de mim me dando um abraço, então sinto ela começar a chorar. Passo a mão em seu rosto limpando suas lágrimas. 

— Ele estava sofrendo muito, filho. 

— Ele descansou agora, mãe. Tenho certeza que ele está em um lugar melhor.

A abraço novamente e ali ficamos por uns minutos. 

— Você vai voltar mesmo? – minha mãe pergunta quebrando o silencio. 

— Sim. Estou preocupado. 

— Não precisa, Josh. Certeza que está tudo bem e foi só algum mal entendido – ela diz tentando me tranquilizar, passando a mão no meu cabelo.

— Você vai ficar bem? 

— Vou sim, filho. Não se preocupe. – Beijo sua testa. – Você vai ficar bem? 

— Vou mãe, não fique preocupada. – Ela sorri fraco.

— Não tem como não ficar preocupada com você solto por aí. – Ela brinca e eu solto uma risada fraca. – Eu amo você, não se esqueça disso. 

— Também amo você mãe. – A abraço novamente. 

— Promete que quando tudo isso passar, você irá trazer minha norinha aqui pra mim conhece-la? 

— Prometo. – Sorrio. 

[...]

O avião acabou de pousar em LA. Peguei meu carro e agora estou a caminho da casa de Gabrielly. 

Estaciono e subo pelas escadas. O elevador demoraria muito. 

Estou agoniado, muito agoniado. O que pode ter acontecido? 

Abro a próxima porta da escada de emergência, falta apenas mais um andar pra chegar no de Any. Porém acabo me esbarrando em duas pessoas.

— Opa, desculpa cara. – Me abaixo pra pegar umas pastas que caíram e assim que levanto minha cabeça dou de cara com – Julian? – Me afasto um pouco. – Sasha? 

— Josh? – Sasha arregala os olhos. – O que você está fazendo aqui? 

— Ué, minha namorada mora aqui. 

— Sua.. namorada? – Ela indaga.

— Sim, minha namorada. O que você está fazendo aqui? – Devolvo a pergunta.

— Moro aqui. Me mudei já faz um tempo. – Dou de ombros.

— Preciso subir. Até mais. – Passo correndo e volto a subir as escadas.

Finalmente no andar de Gabrielly. Bato três vezes na porta. Nada. Bato mais três vezes. Até que escuto a chave na porta.

— Josh?

— Sabina? 

— O que você está fazendo aqui? – perguntamos juntos.

— Não. Eu que pergunto. O que você pensa que tá fazendo aqui? – ela diz irritada e pega mais uma sacola que estava atrás da porta, e sai do apartamento, trancando logo em seguida. 

— Eu só quero ver a Gabrielly. – Falo e ela se vira pra mim ainda mais irritada.

— Ela não quer ver você. 

— Como assim? O que eu fiz pra ela não querer me ver? – pergunto confuso. – Porque ta todo mundo me ignorando inclusive?

Ela solta uma risada cínica e olho pro teto, respirando fundo e não tentando surtar, antes de dizer: — Você só pode estar de brincadeira. Deixa a merda da carta sem sentido nenhum, some por quatro dias e volta assim, como se nada tivesse acontecido!? 

— Que carta? 

Ela ri mais uma vez ironicamente e passa por mim, indo em direção ao elevador.

 — Sabina, que carta? 

Ao ver meu estado confuso e nervoso, ela se vira franzindo a testa.