027 ∾ Tell me everything

355 30 13
                                    

Eliza Smith

Assim que coloquei meus pés em casa, estranhamente, fui recebida com muitos abraços e beijos de Lizie e devo admitir que essa era a primeira vez em anos que ela demonstrava tanto carinho assim comigo. Seu abraço estava tão apertado que por um segundo pude jurar que estava perdendo todo o ar no meu corpo.

– Quem é você e o que você fez com minha irmã? — perguntei assim que ela me deu oportunidade para falar algo depois de me soltar do aperto de seus braços — Eu devo me preocupar com o que aconteceu aqui enquanto estive fora?

– Não, sua boba — deu uma risadinha — Apenas senti a sua falta. Vem, entra direito.

Dei alguns passos para dentro e notei que a casa estava exatamente igual. Nem um porta-retrato sequer havia saído do lugar, o que não me surpreendia já que desde que me entendo por gente aquele ambiente nunca tinha recebido uma reforma ou algum tipo de reorganização. Isso fazia com que fosse bastante confortável, eu conhecia tudo tão bem que tenho certeza que passaria por toda essa casa com os olhos vendados e não esbarraria em nada. Não me pergunte como eu sei disso.

– Cadê o resto? — perguntei logo que senti que estava tudo muito quieto por ali — Mamãe e Joe saíram?

Ela concordou com a cabeça enquanto fomos para a cozinha, que também estava igual ao que me lembrava.

– Os dois foram comprar umas últimas coisas para o jantar — observei minha irmã se sentar no balcão da cozinha — Mas... Não quer dizer que estamos sozinhas.

Antes que pudesse responder qualquer coisa, senti meus olhos sendo cobertos por alguém atrás de mim, o que por um segundo me deu certo desespero mas só existia uma pessoa nessa família tão chata que fazia esse tipo de coisa. Retirei aquelas mãos grandes do meu rosto e me virei com pressa dando de cara com o mesmo rosto que estava esperando que fosse.

– Surpresa! — ele disse antes que eu praticamente pulasse no seu colo iniciando um abraço forte — Calma aí, não mate seu pobre pai.

– Me dá um desconto, eu estava morrendo de saudades — o apertei um pouco mais antes de quebrar nosso contato — Você sumiu, seu velho! Sabe o quão cansativo é ficar pensando se você morreu ou não?

– Eu perdi meu telefone — deu de ombros e não pude conter a risada — Você está tão linda. Me conte como as coisas estão indo no trabalho! Sabe... Quando me contou sobre ter que viajar o mundo eu fiquei com um pouco de medo por você, mas agora, você não está com a cara de quem tem algum problema.

Dei uma risadinha e revirei os olhos antes de lhe observar dos pés a cabeça. Outra coisa que jamais mudaria eram as roupas de papai, seu guarda roupa era basicamente preenchido com roupas de pano fino e cores claras (que ele dizia as ter, pois usar roupas escuras dá algum tipo de azar espiritual), além de, é claro, anéis e cordões os quais eu não tenho nenhuma memória em que ele não estivesse os usando. Sandálias de dedo eram um toque final para o belíssimo look.

– Eu estou muito bem, pra falar a verdade — o abracei de lado olhando, também, para Lizie a nossa frente — Bem até demais. E quanto a vocês?

– Eu já passei da idade de ter nada mais do que minhas plantas e vocês — senti ele acariciar meus cabelos.

– Eu também — a loira disse revirando os olhos e não pude conter a risada pelo seu espírito de idoso — Só que ao invés de plantas, tenho a faculdade. Eu iria perguntar se você está namorando, mas ficou quicando de lugar em lugar então a menos que você esteja namorando Camila Cabello eu acho improvável.

– É um bom palpite, mas realmente não estou namorando — sorri — Tem uma pessoa, de fato. E acho que gosto dele de verdade, porém não estamos namorando.

it matters ∾ shawn mendesOnde histórias criam vida. Descubra agora