it matters ∾ shawn mendes

030 ∾ Be useful

Shawn Mendes

A equipe inteira extremamente contente com os resultados bons que vinham de todos os lados.

Mesmo após a leve dor de cabeça quanto ao nome do álbum, assim que ele saiu os números e os feedbacks eram incríveis. Céus, eu estava prestes a fazer uma loucura nos últimos dias. A animação não me permitia ficar sossegado um minuto que fosse. Tudo acontecia. E mesmo que fazer música não seja apenas sobre receber reações positivas, era gratificante ver que todos o amavam tanto quanto eu e o resto do pessoal por trás das músicas. Ou ao menos a esmagadora maioria...

Shawn Mendes: The Álbum mal tinha sido lançado e era já um sucesso e estou me doendo para ser o mais modesto o possível quanto a isso. Mas não podia evitar o tamanho sentimento de realização que preenchia meu peito.

E para a cereja no bolo de toda a minha felicidade, minha vida pessoal caminhava na mesma direção da profissional e nessa indústria... Não é sempre que se consegue isso.

Acho que ganhei alguns pontos e bati algum tipo de recorde na minha relação com Eliza, afinal quatro semanas e ela ainda não me deu um fora já é algo significativo. Mesmo que a doze dias ela e Camila voltaram às viagens e provavelmente agora estão em algum lugar da Europa, eu me sentia seguro quanto a isso. Não tinha mais aquele sentimento de que tudo estava prestes a desabar. Era... Confortável. Mas, por outro lado, sentíamos grande falta um do outro. Pelo menos mensagens e ligações ainda eram uma opção.

– Quer me ajudar? — a voz da minha garota ecoa pelo auto falante do telefone.

– Com certeza — encarei a tela sorrindo e deixei o celular apoiado na janela em frente à mesa — O que posso fazer por você, senhorita Smith?

Observei ela correr para fora do alcance da câmera me fazendo, por alguns segundos, encarar apenas o seu quarto de hotel antes que ela voltasse com os braços cheios de cabides com conjuntos de roupas pendurados.

– Vai me ajudar a escolher uma roupa pro show de hoje — apontou na minha "direção".

Sua movimentação era extremamente cômica e me fez soltar uma gargalhada fraca.

– Ajudo, mas... — tirei o violão do colo me virando para colocá-lo no suporte que estava no chão ao meu lado — Por que precisa escolher roupa? Não é basicamente... Vestir preto?

– É sim — ela bufou cruzando os braços — Mas hoje falaram que eu pareço estar de pijama quando não é dia de premiação! Fiquei ofendida e decidi parecer ultra sexy hoje.

Apoiei meus cotovelos na mesa e apoiei meu rosto com as mãos. Tentei não perder um segundo sequer de seus movimentos que apareciam não tão nítidos pela tela brilhante a minha frente.

– Você está sempre ultra sexy, Eliza. — falei realmente concordando com o que havia dito — E desde quando você prova algo pra alguém?

– Escute bem... — ela se agachou em frente à câmera e pude ver seu rosto um pouco melhor —Existem três coisas das quais as pessoas não podem falar mal pra mim e que realmente tocam meu coraçãozinho minúsculo. Tristan, você e minhas roupas... Então seja prestativo e me dê uma felicidade sobre isso.

Assim, ela estende duas peças diferentes de vestidos que jamais imaginei que alguém usaria para trabalhar nos bastidores de shows. Observei seu rosto com um grande sorriso estampado e não pude deixar de espelha-lo, toda aquela situação me pareceu lembrar o porquê de a personalidade de Eliza ter me chamado tanto à atenção, então mesmo com minhas dúvidas sobre suas motivações para a escolha do traje eu não iria contestar.

– Gosto mais do vermelho — respondi simplesmente.

– Eu também! — ela simplesmente joga a outra peça de tom azul ao seu lado — Principalmente pelo pano de veludo olha!

– Estou vendo! E não esquece de me mandar uma foto quando usá-lo.

– Você sabe que eu sempre mando uma. Sua coleção de fotos minha está enorme, tenho certeza.

– Meu telefone tem mais imagens suas do que minhas — tentei segurar o sorriso até que notei ela encarar a tela com um semblante de seriedade antes de tomar o telefone em mãos — O que houve?

– Hm... — ela respira fundo — Acho que vou precisar sair. É... Uma... Reunião de última hora, me desculpa.

– Não se desculpe, está tudo bem — sorrio e ela faz o mesmo — Então vai lá.

Me levantei com meu aparelho em mãos e fui até a porta esperando sua resposta mas não a recebi. A chamada foi finalizada as pressas mas um suspiro foi o máximo que consegui me importar sobre isso.

Deixei o aparelho em meu bolso e dando passos calmos até a cozinha de casa encontrei minha mãe sentada na bancada sozinha tendo algum livro em uma mão e na outra uma chácara de café.

– Boa tarde para o senhor — a loira disse assim que me sentei ao seu lado — Finalmente saiu do quarto.

– Boa tarde para a senhora, também. Desculpe o sumisso, era uma ligação meio... Importante. — bati a ponta de meus dedos algumas vezes onde minhas mãos estavam apoiadas, o que causou som algum mármore duro do balcão.

– Namoradas são realmente muito importantes — sorri sem olhar em seu rosto e sem ter forças para negar sua afirmação — Mas já que está aqui, quero te falar... — fechou o livro e o deixou de lado se virando para mim — Seu pai chamou Joe e Nancy para jantarem aqui hoje. Aparentemente estão na cidade. Espero que não se importe de ter que se arrumar um pouco mais esta noite.

– Nancy e Joe... Smith?

– E conhecemos mais algum casal com esses mesmos nomes?

– N-não. É que... — gagejo por um estante e tomo um segundo para tossir e recuperar a fala — Estava apenas conferindo. Não se veem a um tempo, não é?

– Sim — ela suspira — queria muiro ter conseguido ir ao casamento.

Meu olhar congelou por um segundo pensando no quanto o assunto sobre mim e minha (quase) namorada iria estar indo e vindo pela mesa durante toda a noite. Um arrepio leve subiu pelas minhas costas e um constrangimento precoce me atingiu.

– Falando no casamento... Não vamos falar muito sobre mim e Eli, por favor. Seria um pouco desconfortável pra mim.

Observei‐a cirrar as pálpebras e logo revirar os olhos juntando seus pertences.

– Vocês não são o centro do mundo crianças — senti seus dedos apertarem a bochecha em um lado do meu rosto com certa força — Mas vou garantir que você não fique caído de vergonha até as dez da noite, tudo bem?

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Vou fingir que não sumi por 3 meses.

Beijocas pra vcs viu...