Capítulo 37

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Meus cúmplices que me acalmam:

{S/n}

Olhei pela janela do carro sentindo a brisa gelada no um rosto enquanto tentava controlar minha respiração, me sentia sufocada só de estar no mesmo carro que meu pai, pressionei minhas unhas contra a manga da minha jaqueta para me acalmar.

O carro para na frente de um restaurante familiar, lembranças de quando ele trazia eu e a mamãe para jantar. Chacoalhei minha cabeça evitando de lembrar de tudo isso, afinal, seria só um almoço com meu pai depois de ficar uma semana sem vê-lo.

Abri a porta do carro e segui meu pai até a entrada, na recepção havia uma mulher jovem que levou nós até a nessa que ele havia reservado, sentei e esperei ele se ajeitar. Um garçom anota nossos pedidos e depois se afasta, ficamos em silêncio encarando lugares diferentes, pelo menos eu olhava para algo que não fosse ele.

- Como está a escola?- Ele pergunta sorrindo gentilmente, um sorriso tão falso que só enganava as pessoas ao nosso lado.

- Bem, minha mãe me ajuda bastante- Disse notando uma leve irritação em seu olhar, mesmo que tivesse medo dele não iria perder a chance de vingar minha mãe- E como está seu trabalho?- Perguntei colocando meus cotovelos encima da mesa e juntei minhas mãos- Muitas mulheres buscam seus serviços?

- Está tudo indo bem- Meu pai diz sem ser afetado pela minha última pergunta- A casa onde vocês estão é boa?

- É uma cobertura- Disse olhando para as pessoas ao meu redor enquanto deito minhas costas na cadeira- Espaçoso o suficiente para nós.

- Espero que seja o suficiente para cuidar de você- Ele sorriu gentilmente novamente me dando enjoou, só de ver essa expressão falsa já me deixava desconfortável.

- Não finja se importar- Disse tremendo quando recebi um olhar de reprovação do meu pai.

- Não fale assim perto de outras pessoas- Ele murmura enquanto olha para os lados procurando saber se alguém escutou, o garçom volta com nossos pedidos e deixa ajeitado na mesa logo indo embora- Me importo com vocês.

- Se você se importasse...- Disse pegando meus talheres- Não teria traído a mulher com quem se casou...- Dei um sorriso notando sua expressão de raiva- Nem propor um “concerto” em sua filha- Disse fazendo as aspas com os dedos ainda segurando os talheres- Mas tudo bem, você já está com alguém?

- Não- Meu pai responde com rispidez.

- Devia, sempre tem mulheres aos seus pés naquela clínica- Disse logo levando um pouco de comida até a boca.

- Você não sente nada por estar falando assim comigo?- Meu pai pergunta com raiva nos olhos.

- Não sei do que esta falando- Disse sem entender.

- Você nunca sente nada- Meu pai se inclina na minha direção sem perder sua postura- Você andava igual um zumbi pela casa desde pequena, nunca teve amigos, nunca saiu do seu mundinho e não tem nenhum sentimento- Ele suspirou aliviado- Você é alguém que não sente nada por ninguém.

- Mas eu sinto algo...- Disse sentindo um aperto no coração- Eu estou apaixonada...

- Apaixonada?- Meu pai pergunta logo soltando uma risada nasal- Se você realmente estivesse apaixonada, não estaria se machucando.

Drugs( Suna Rintarou )Onde histórias criam vida. Descubra agora