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— A senhora não tem essas peças em cores neutras?

Como me pediu com tanto jeitinho, fui realmente comprar as cuecas para Éster. E ali estava eu, tendo que ficar avaliando tamanho, cor, o jeito. Tudo o que realmente fosse agradar ela. Só Deus sabe o arrependimento que eu sinto por ter roubado aquela comida. Devia nem ter saído do bueiro aquele dia, porque os pecados que eu estou pagando agora, são piores do que se pode imaginar.

— Neutras? Bom, você quer em que tipo de tom? Branco, preto?!

— Foque mais nas cores escuras, sabe? A pessoa que me pediu, deu preferência pelas cores mais escuras. Ela acha mais elegante.

— Muito bem. — com calma, a mulher pega alguns modelos, os colocando sobre o balcão — Que tamanho que o seu amigo usa? Sabe, porque se comprar errado e ficar apertado, pode ser desconfortável.

— Olha, minha senhora, o que eu te falo? Eu ainda to chocado que o pau dela é maior que o meu.

— “DelA”? Oh, é uma jovem beta transsexual?!

— Não, é uma jovem alfa recessiva, que está em seu primeiro cio.

— Uh...nossa, esses negócios me confundem toda. Tenho medo de acabar ofendendo alguém gratuitamente, por isso pergunto. — ela responde em tom calmo, e continua pondo as peças sobre o balcão — O quão grande é?

— Tem cueca GG ai?

— Nossa. — a velhinha se virou, pondo as duas mãos sobre o quadril, e me encarou boquiaberto — GG?! Essa menina tem o que? Uma vara de catar manga?

— Mulher, eu pensei a mesma coisa quando vi a primeira vez. Da pra escalar uma sequóia com aquela coisa.

— Calma, eu preciso assimilar isso ai. — a mulher de cabelos brancos até mesmo coça a cabeça, ainda chocada, e fica encarando todas as coisas que colocou sobre o balcão —  Desculpa, acho que acabei em estado de choque.

— Eu também fiquei. E ela está mais ainda, descobriu recentemente que não era beta. Passou toda uma vida achando ser beta, tendo corpo de beta. Agora que descobriu ser alfa, a pobrezinha não sabe nem como agir, nem o que fazer.

— Erros médicos são realmente tristes. Imagina se ela entra no cio perto de um ômega, que perigo? Os médicos tem que saber o que fazem.

— Sim, concordo com isso.

— Que nem o médico do meu falecido marido. Ele tinha disfunção erétil, sabe? — ela começa, suspirando fundo — Mas pra gente, ele contava que estava tudo normal nos exames. Mas era osso subir o gerardo daquele homem.

— A-Ah, era?

— Além de ser do tamanho do meu dedo mindinho, ainda não ficava duro aquele trem. Pensa numa dificuldade? Tive que partir para aquelas fantasias eróticas, sabe? A favorita dele, era a de odalisca. Meus peitos ficavam muito caídos, mas era como dava pra usar.

“Meu Deus, se arrependimento matasse... Não acredito que fui roubar aquela comida, e agora estou aqui, falando sobre tamanhos penianos com uma senhora de seus setenta anos. Pior, estou comprando uma cueca para a Éster, enquanto ela desfila com aquele negócio dentro de casa, porque decidiu ficar só com a camisola até eu voltar lá. Por que eu não fui roubar um restaurante como uma pessoa normal?”

Oᴜᴠɪ ᴅɪᴢᴇʀ → Fanfic Tokyo Revengers Onde histórias criam vida. Descubra agora