CAPÍTULO XI

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BOA LEITURA ❤️

SAN DIEGO/ CALIFÓRNIA (EUA)

-- Liz meu amor, cheguei!

Meu corpo paralisa. A voz doce da minha mãe, me trazendo de volta, me puxando do fundo do abismo. Olho para minha mão, apoiada na maçaneta da porta do banheiro.

Eu não consigo!

Eu não posso fazer isso, não posso deixar ela sozinha com o crápula do Carlos. Sou a única filha dela! Como ela vai reagir? Demorou tanto para ela voltar ao normal depois que o papai foi embora...

Como ela vai reagir, ao saber que a princesinha dela não está mais aqui? Como ela ficaria se visse meu corpo jogado no chão, em uma poça de sangue?

Ela conseguiria se recuperar? Seguir em frente?

Minhas mãos tremem, assim como o resto do meu corpo, lágrimas deslizam com mais facilidade. Como eu posso pensar em fazer isso? Iria deixar minha mãe, como o meu pai fez.

A maçaneta da porta do meu quarto gira, e minha mãe entra com toda a sua graciosidade. Trazendo luz, e me fazendo me sentir pior ainda.

Seu sorriso se desmancha ao ver meu estado. Em seus olhos, o desespero estampado. Como toda mãe, ao ver o filho em um estado tão deprimente.

-- Oh meu amor!

Sua voz sai embargada, ela abre os braços, me chamando para o meu refúgio. Corro como uma criança que precisa urgentemente da mãe.

É assim que eu me sinto, quando ela me leva para a cama, e me nina como fazia quando eu era criança. Alisando meus cabelos, e cantando uma música que me fazia dormir quando mais nova.

Eu me sinto um lixo, minha mãe aqui toda preocupada, enquanto eu queria largar tudo, e deixar ela sozinha.

Soluços altos saem da minha garganta, eu me agarro mais a minha mãe, a seguro como alguém seguraria um bote salva vidas em meio ao mar turbulento.

-- O que aconteceu Liz?

Sua voz sai baixinha, o tom sofrido me corta o coração, e me despedaça mais.

Não consigo falar nada, apenas chorar. Isso tá acabando comigo. Está me destruindo, e eu tenho medo, medo do estrago que pode causar, não só a mim, mais também aos que me cercam.

Não sei quanto tempo se passou, já não sinto tantos tremores no corpo, meus soluços vão diminuindo, e as lágrimas vão parando de cair. Me sinto tão exausta! E tudo que eu consigo falar é:

-- Eu sinto falta do papai.

O que não deixa de ser mentira, se ele não tivesse nos deixado para trás, nada disso estaria acontecendo!

Aubrey não precisaria procurar um novo marido, Carlos não apareceria em nossas vidas, eu não seria estuprada todos os dias, dentro da minha própria casa. Eu seria apenas, uma jovem normal!

-- Sabe filha, em alguns momentos, eu cheguei a achar que você veria em Carlos uma figura paterna.

Me aconchego mais em seu colo, não queria pensar em Carlos.

-- Eu achava que seu pai era substituível, que com o tempo você não se lembraria tanto dele.

Minha mãe me aperta em seus braços, e depois de tantos anos, eu me sinto protegida.

-- Mas, se nem eu mesma esqueci dele, como você iria esquecer?

A olho abismada. Não sei exatamente o que ela quis dizer com isso, mas, por uma fração de segundos, olhando em seus olhos eu vi, vi a saudade que não via a tanto tempo estampada em seu rosto.

-- Você sente saudade dele, mãe?

Eu não sabia o que pensar.

-- As vezes sim!

Sua mão afaga minha bochecha, seus olhos brilham lindamente, cheios de algo que não sei definir o que é.

De repente seu rosto perde o sorriso, e o brilho em seus olhos some, dando lugar a amargura.

-- Mas aí eu lembro, que ele foi embora, sem olhar para trás.

Suas palavras são como um soco no estômago. Apesar de tudo, ele continua sendo meu pai, e eu me queria encontrar com Miguel, nem que por uma última vez.

    🛑RECADO IMPORTANTÍSSIMO!🛑
   
    Se você já sofreu, ou sofre algum tipo de violência, seja ela física e/ou sexual, ou sofre tortura psicológica. NÃO SE CALE, DENUNCIE!
   
    Seja ela (Violência) dentro de casa ou não. E não importa se foi/é seu pai, seu avô, seu tio, amigo, ou até mesmo sua mãe. DENUNCIE!!!
   
   Você não está sozinho nessa! Precisa de ajuda? Ligue para as autoridades.

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Beijos jujubas,e até o próximo capítulo!
Ahhh, deixa a estrelinha, e me fala o que cê tá achando...😍❤️

O silêncio de Elisabeth (EM ANDAMENTO)Onde histórias criam vida. Descubra agora