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Eu estava nervosa, encarando a pilha de relatórios na mesa

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Eu estava nervosa, encarando a pilha de relatórios na mesa. As pessoas de Bervelen estavam exigindo melhorias nas ruas, mas melhorar o quê? As ruas eram lindas, impecáveis, com árvores alinhadas e flores bem cuidadas. Eles queriam mais pontos turísticos? Mais infraestrutura? Eu simplesmente não sabia. Precisava descobrir o que meu povo realmente desejava.

A questão dos empregos, por outro lado, fazia sentido. Bervelen e Cortona eram reinos vastos, cercados por florestas. Aqueles que não trabalhavam em bares, restaurantes ou lojas sobreviviam da caça, e os que tinham mais sorte serviam no castelo. Era um problema que se agravava mais a cada dia.

Meus pensamentos foram interrompidos por uma batida na porta.

— Pode entrar. — falei, ajeitando a postura.

Harry, meu conselheiro, entrou com sua habitual elegância.

— Vossa Majestade, você tem uma visita importante. — Ele anunciou, fazendo um gesto educado para que eu o seguisse.

Caminhei com ele até a sala principal do castelo, onde uma senhora de aparência nobre estava sentada no sofá, a postura impecável. Seus cabelos, uma mistura de fios loiros e brancos, estavam arrumados em um coque elegante. Ela usava um vestido longo, clássico, e luvas delicadas que denunciavam sua origem aristocrática.

— Madame Eleanor. — Harry a chamou, e seus olhos claros se voltaram para mim com um sorriso caloroso.

— Vossa Majestade! — Ela se levantou, fazendo uma reverência, e notei o brasão da família Hacker bordado em sua roupa.

Imediatamente compreendi.

— Oh... meu Deus. — Murmurei, surpresa. — A senhora é avó de Vincent.

Ela sorriu, como se tivesse lido minha mente.

— Sim, querida. Sou Eleanor Hacker. Vim ver meu neto depois de muitos anos. — Sua voz era serena, quase maternal.

— É um prazer conhecê-la. — Respondi, um tanto nervosa, sem saber como reagir diante daquela figura importante do passado de Vinnie.

Ela segurou minhas mãos de forma acolhedora, como se me conhecesse há anos.

— Ele está? Não o vejo há treze anos... desde que aquele homem... — Ela parou, ajeitando as luvas com elegância. — O pai de Vincent nunca foi uma boa pessoa, não me julgue mal, mas eu soube que finalmente... partiu. — Havia uma tristeza escondida em sua voz, mas também um certo alívio.

Assenti, não sabendo como lidar com a confissão.

— Sim... ele faleceu.

Ela suspirou, balançando a cabeça.

— Eva, minha filha, era uma mulher doce. Nunca entendi como pôde amar um homem como ele, mas enfim... o destino tem seus mistérios. — Eleanor sorriu melancolicamente, e eu me peguei pensando em Vinnie e o quanto ele escondia sobre o passado.

Ela continuou me puxando para o sofá, conversando comigo com uma naturalidade quase desconcertante.

— E quanto ao casamento? Está tudo bem entre vocês? — Perguntou com um brilho curioso nos olhos.

— Ainda não nos casamos. — Respondi, sentindo o peso de sua expectativa.

Eleanor arregalou os olhos.

— Como assim? Jurava que já tinham filhos! — Ela exclamou, rindo com uma surpresa genuína, enquanto eu corava levemente.

— Ainda não. Vamos nos casar na próxima semana. — Expliquei, mexendo na xícara de chá que mal tinha tocado.

— Ah, que maravilha! Cheguei no momento perfeito então. Vincent sempre foi complicado, mas tenho certeza que vocês estão bem. — Ela disse, mudando o tom para um conselho suave. — Querida, não importa o que os outros pensem ou digam. O mais importante é o que vocês dois constroem juntos. Se ele te ama como acredito, tudo vai se encaixar.

Eu sorri, sentindo o peso da responsabilidade. Logo em seguida, Eleanor mudou de assunto, perguntando sobre os preparativos do casamento. Ela estava tão à vontade que era difícil não relaxar também. Conversamos sobre o vestido que eu escolheria, e ela, com seus anos de sabedoria, me ajudou a decidir pequenos detalhes.

Mais tarde, quando me preparava para dormir, ainda refletia sobre tudo o que ela havia dito. Era reconfortante ter alguém como Eleanor para me aconselhar, alguém que conhecia Vinnie de um jeito que eu nunca conheceria, uma conexão direta com o passado dele.

 Era reconfortante ter alguém como Eleanor para me aconselhar, alguém que conhecia Vinnie de um jeito que eu nunca conheceria, uma conexão direta com o passado dele

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Estava quase deitada quando escutei uma batida leve na porta. Maggie foi atender, e para minha surpresa, Bryce entrou com seu sorriso travesso.

— Bryce? — Falei, surpresa e alegre ao vê-lo. — O que está fazendo aqui a essa hora? — Me aproximei e o abracei apertado.

Ele sorriu, retribuindo o abraço.

— Soube que você vai se casar semana que vem. Vim te ver e também avisar que vou roubar o Vinnie um dia antes do casamento. Despedida de solteiro, sabe? — Ele piscou, com aquele jeito despreocupado.

— Não seja bobo. — Ri, empurrando-o levemente. — E você, como está?

— Estou bem. Estava na hora de te visitar. Parece que você se tornou uma mulher responsável. — Ele zombou, mas com um olhar orgulhoso.

— Porque eu *sou* uma mulher responsável. — Respondi com um sorriso convencido.

Bryce revirou os olhos, caindo de costas na minha cama sem cerimônia.

— Então, como estão as coisas com o Vinnie? — Perguntou, mexendo distraidamente nos meus livros.

— Estamos bem. — Respondi, mas ele me olhou de um jeito que dizia "sei que tem mais aí."

Soltei uma risada, lembrando de como Bryce sempre conseguia me tirar do sério, mas de um jeito que aquecia o coração. Conversamos mais um pouco, entre provocações e risadas, até que ele se despediu, com a desculpa de que iria com encontrar os garotos no porto para de lá ir beber.

Quando Bryce saiu, um sorriso ainda permanecia nos meus lábios. Eu sabia que, com amigos como ele e Eleanor ao meu lado, eu conseguiria superar qualquer obstáculo — tanto no reino quanto no meu coração.

 Eu sabia que, com amigos como ele e Eleanor ao meu lado, eu conseguiria superar qualquer obstáculo — tanto no reino quanto no meu coração

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𝐓𝐇𝐄 𝐏𝐑𝐈𝐍𝐂𝐄 - 𝘝𝘪𝘯𝘤𝘦𝘯𝘵 𝘊𝘰𝘭𝘦Onde histórias criam vida. Descubra agora