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Estava começando a entender o peso de ser uma rainha

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Estava começando a entender o peso de ser uma rainha. Durante esse tempo, percebi os medos que Vinnie carregava, e agora eles também eram meus. Havia uma pressão constante em cada decisão que tomava. Bervelen estava em caos. As pessoas começavam a exigir mais – empregos, ruas seguras, melhorias urgentes. E o que mais me assombrava: será que uma garota de dezessete anos era realmente capaz de estar no trono?

As manchetes dos jornais deixavam isso claro:

"Nixie, a garota criada por uma ladra, agora rainha aos dezessete anos."

Eu lia e relia aquelas palavras, sentindo o peso de cada uma. O nervosismo crescia, e parecia que, a cada dia, surgiam mais problemas do que soluções.

Quando Avani e Philip voltaram para Aquiles, Vinnie me contou o que estavam falando de mim. Foi honesto, sem filtros, o que me causou um alívio inesperado. A verdade machucava, mas o fato de ele ser sincero provava que estávamos caminhando para algo melhor. Ele estava tentando... e, de alguma forma, isso começava a reconstruir o que havíamos perdido.

Mas havia um problema pendente entre nós, uma conversa que não poderíamos adiar por muito tempo.

"São rei e rainha, mas não são casados."

Essa era nossa vida. As regras estavam lá para serem seguidas, e fugir delas não era uma opção. Havíamos finalmente marcado a data do casamento, para a próxima semana. E, apesar dos nossos desentendimentos, Vinnie havia me mostrado que estava comprometido em ser transparente comigo. Em troca, eu decidi dar uma nova chance à confiança entre nós – mas ele ainda não sabia disso.

A porta da biblioteca se abriu de repente, revelando Vinnie. Ele estava sério, mas seu sorriso leve trazia um toque de ironia familiar.

— Vou fazer uma viagem para a França — ele disse casualmente, como se fosse uma decisão qualquer.

Levantei o olhar dos jornais, surpresa.

— Vinnie, semana que vem é o nosso casamento! Você vai mesmo viajar? — perguntei, fechando os jornais sobre a mesa com um gesto rápido.

— Pode vir comigo, se quiser. — Ele deu de ombros, caminhando até uma gaveta e pegando alguns papéis. — Só vai ser um pouco chato. Hoje mesmo vou assinar a aliança com Cortona. Não posso perder tempo, Nixie. Só eles têm esse direito de juntar reinos, e será fácil, mas entediante.

Eu observei enquanto ele organizava os documentos, o rosto calmo, como se tudo estivesse sob controle.

— Não posso ir, Vinnie. — Me levantei, cruzando os braços. — Não podemos sair do reino assim, de qualquer jeito. Além do mais, as pessoas já estão me cobrando demais como rainha. Tenho mais deveres aqui.

Ele caminhou até mim, os olhos se suavizando enquanto se ajoelhava na minha frente. Sua mão encontrou meu rosto, acariciando minha bochecha com ternura.

— Nix, estão fazendo o que sempre fazem. Acontece com as melhores rainhas — ele sussurrou, o toque suave, quase reconfortante.

Suspirei, sentindo o calor de sua palma contra minha pele.

— Obrigada... mas, como eu disse, tenho trabalho a fazer aqui. Tome cuidado lá. — Me inclinei, o abraçando, sentindo o conforto familiar de seus braços ao meu redor.

— Não se preocupe, com todos os guardas ao meu redor, eu volto melhor do que fui. — Ele deu um leve sorriso, apertando minha mão antes de se levantar.

Vinnie se virou para ir embora, mas algo dentro de mim implorou para que eu o chamasse de volta.

— Vinnie! — chamei, vendo-o parar na porta.

Ele se virou, o olhar curioso.

Caminhei até ele, minhas mãos encontrando o tecido das suas roupas escuras. Ele inclinou a cabeça, seus dedos roçando suavemente alguns fios do meu cabelo, colocando-os para trás da minha orelha. Então, segurou meu queixo com delicadeza, e nossos olhares se encontraram. O momento estava ali, pulsando entre nós.

Eu queria beijá-lo. Queria dizer que estava tudo bem, que eu o perdoava.

Mas paralisei. As palavras não saíram, e o beijo que eu tanto desejava ficou suspenso no ar.

— Preciso te mostrar algo antes de você ir — disse, minha voz baixa, quebrando o momento.

Ele piscou, surpreso, mas logo sorriu com uma ponta de tristeza nos olhos.

— Me mostre, então.

Segurei sua mão e o levei até a nova área do castelo. Ele havia me pedido para decorar a sala do trono do nosso jeito, como era tradição em sua família. Eu havia passado dias trabalhando nisso, e agora, finalmente, era hora de mostrar o resultado.

Ao chegarmos, os guardas abriram o espaço para nós, e Vinnie entrou, os olhos se arregalando ao ver a grandiosidade do lugar.

— Você gostou? Não sei se ficou tão bom, mas... — comecei a falar, nervosa, mas fui interrompida pelo sorriso largo dele.

— Está incrível, Nix. Você se superou.

Subimos as pequenas escadas até os tronos, um ao lado do outro. Vinnie olhou para as cores – dourado e vinho, representando Bervelen.

— Eu amei, Rainha Nixie — ele disse, com uma reverência dramática.

— Obrigada, bobo real — brinquei, usando o apelido que ele odiava, mas que arrancou um sorriso sincero dele, algo que não via há tempos.

— É melhor eu ir resolver minhas coisas — ele disse, relutante, levantando-se do trono. — Tenho que ir antes que o tempo acabe.

Eu o acompanhei até a carruagem lá fora, meu coração apertado com a partida iminente. Quando ele se virou para se despedir, o abracei com força.

— Faça um bom trabalho... e lembre-se de ser você mesma — disse ele, sua voz gentil enquanto depositava um beijo suave na minha testa.

Observei a carruagem partir, meu peito ainda apertado pela despedida e pela certeza de que, desta vez, eu teria que enfrentar tudo sozinha.

Mas eu estava pronta.

Mas eu estava pronta

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𝐓𝐇𝐄 𝐏𝐑𝐈𝐍𝐂𝐄 - 𝘝𝘪𝘯𝘤𝘦𝘯𝘵 𝘊𝘰𝘭𝘦Onde histórias criam vida. Descubra agora