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Eu e as meninas começamos a girar e balançar ao ritmo da música, os vestidos esvoaçando com cada movimento, até que a sensação de tonta começa a tomar conta de mim de tanto rodopiar

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Eu e as meninas começamos a girar e balançar ao ritmo da música, os vestidos esvoaçando com cada movimento, até que a sensação de tonta começa a tomar conta de mim de tanto rodopiar. Mas a diversão é contagiante, e a leveza da dança me permite esquecer momentaneamente as responsabilidades que se acumulam.

— Psiu — sinto um sussurro quente no meu ouvido e olho rapidamente para trás, vendo Vinnie. — Estava te procurando.

— Venha dançar comigo — digo animada, vendo ele colocar sua taça de vinho em uma mesa próxima e estender a mão.

Nós começamos a dançar no meio do salão, em passos desajeitados, mas divertidos. Nada de valsa elegante, era apenas uma dança simples e cheia de risos. Os olhares trocados entre nós eram cheios de cumplicidade, e o toque das nossas mãos parecia provocar uma chama que aquecia meu peito.

— Venha — ele diz, interrompendo nossa dança e me puxando para fora do salão.

Saímos correndo pelo corredor vazio, e a adrenalina da fuga fazia meu coração bater mais rápido.

— Daqui a pouco estaremos em Aquiles — Vinnie diz, parando abruptamente e me prendendo contra a parede fria do corredor.

— E minhas malas? — pergunto, com a respiração acelerada, tentando disfarçar o arrepio que sinto ao perceber a proximidade de seu corpo.

— Para que? Não vai precisar de roupas, estaremos sozinhos. — ele sussurra, antes de juntar seus lábios aos meus, de forma feroz, como se o mundo lá fora não existisse mais.

— Seu engraçadinho, preciso sim, pelo menos dos meus pijamas — digo, com dificuldade, tentando manter a compostura, mas não consigo resistir ao calor que ele desperta em mim.

— Ok, mandarei prepararem suas malas, mas agora não. — ele murmura, voltando a morder meu pescoço com desejo. Eu solto uma risada, enquanto minhas mãos deslizavam por seus braços, marcando cada contorno com um toque leve.

— Licença — somos interrompidos por uma voz grave no corredor, e eu me afasto, surpresa, vendo Jaden nos observando calmamente.

— Jaden — Vinnie diz, se ajeitando rapidamente, e eu faço o mesmo.

— Não queria interromper, só vim ver se Nixie pode conversar antes de ir — ele diz, com um olhar sério e direto entre mim e o chão.

— Bom, isso é com ela — Vinnie diz, lançando um olhar significativo para mim. Eu aceno com a cabeça, concordando. — Ok. Te espero lá fora. — Ele me dá um selinho rápido e sai com um passo calmo, mas seu olhar ainda se mantém em mim.

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— Vim pedir desculpas — Jaden diz, com a voz mais baixa do que o normal.

— Eu realmente fui egoísta, Jaden. Não fui justa com você em nenhum momento, mas você mentiu quando disse que eu não me importava — digo, de forma simples, mas com sinceridade, enquanto Jaden dá um passo à frente.

— É, eu sei. Fui injusto. Deixei minhas emoções me dominarem — ele responde, com um tom de arrependimento.

— Então está tudo bem?

— Não. Nixie, não está — ele diz, e vejo seu olhar se tornar distante. — Eu não sirvo para isso. Eu vim para o castelo para ficar perto de você. Você foi a primeira pessoa que amei, minha primeira amiga. Não queria perder isso, mas agora você é Rainha, está casada, e tem outros amigos.

— Mas Jaden, você é meu amigo, e eu me importo com você. Eu preciso de você aqui também! — insisto, sentindo um aperto no peito ao ver a dor em seu olhar.

— Não! Você não precisa! E se eu ficasse, seria porque realmente gosto do meu trabalho como guarda, não por servir ao Vinnie ou a você. Seria por estar com meus amigos, protegendo as pessoas que valem a pena — ele diz, com firmeza, e eu sinto um nó na garganta.

— Jaden, me perdoa. É que aconteceram tantas coisas. Meus pais, os segredos, as viagens... Eu não sabia que você estava se sentindo assim. — digo, quase implorando, e vejo um suspiro escapar de seus lábios.

— Eu sei, Nixie. E é por isso que estou pedindo desculpas. Mas temos que concordar: nossa amizade não é mais a mesma. E é isso que dói.

— Eu sei — admito, sentindo o peso das palavras dele em meu coração.

— Você sente falta da nossa amizade, Nix?

— Claro que sim! Sinto falta de tudo! De quando colocávamos gelo nas calças dos caçadores, de quando queimamos sem querer a casinha de madeira do Raul, de quando você sempre matava as corsas e me dava o crédito para meu pai ficar orgulhoso de mim. — digo, com lágrimas nos olhos, e vejo Jaden sorrir, com um olhar melancólico.

— Também sinto falta disso.

— Então, vamos ficar bem, por favor? Jaden, me desculpe se te fiz mal me afastando. Eu juro que sinto falta. — digo, a voz falhando um pouco, e ele me abraça apertado, como se esse fosse o único remédio para a dor.

— Então vamos caçar juntos! Depois da sua Noite de Lúpicias, eu estava querendo caçar com você desde que cheguei, mas tive medo de incomodar. — ele diz, fazendo uma voz engraçada, e eu reviro os olhos, rindo.

— Jaden, que nada! Quando eu voltar, vamos caçar corsas juntas, e vou mostrar para você que agora tenho uma ótima pontaria! — respondo, animada, e o sorriso de Jaden cresce ainda mais.

— Ótimo... — diz com um sorriso largo. — Agora vá, antes que seu esposo venha te buscar. — ele diz, com um sorriso travesso, e me dá um abraço apertado.

— Estou orgulhoso de você, Nix. Muito — ele diz, ainda me abraçando, e meu coração se aquece com as palavras.

— Obrigada, Jayjay. — murmuro, ainda no abraço, antes de me afastar lentamente.

— Não me chame assim — ele diz, rindo.

— Ok, tchau, nos vemos daqui a dois dias — digo, saindo do abraço e indo embora, caminhando de costas.

— Até logo, Matrix! — ele grita, e reviro os olhos, sorrindo.

Agora sim, tudo parecia completo. Eu estava bem com meu melhor amigo, com meu irmão, e tudo estava resolvido no reino. E, hoje e sempre, eu seria apenas de Vinnie.

𝐓𝐇𝐄 𝐏𝐑𝐈𝐍𝐂𝐄 - 𝘝𝘪𝘯𝘤𝘦𝘯𝘵 𝘊𝘰𝘭𝘦Onde histórias criam vida. Descubra agora