CAP IX | no baile, meu príncipe;

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B O A   L E I T U R A

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Tirando a presença inconveniente do Visconde Shimura, Sasuke podia dizer que o baile estava sendo agradável. Não era acostumado às festividades mesmo que tivesse frequentado um pouco quando mais novo, e quando começou seu treinamento militar isso só o afastou ainda mais de cenários como esse, mas em seus íntimos pensamentos, imaginava que estaria fadado a participar de mais bailes tendo um companheiro príncipe.

O príncipe, se lembrava, era motivo dos seus atuais sorrisos e até seus guerreiros já o provocavam pela óbvia constatação. Apesar de não fazer questão de esconder ou de negar, por vezes ficava envergonhado de estar sendo tão descarado, entretanto, era só o Uzumaki estar em pauta que até seus olhos brilhavam. Sasuke jamais admitiria que poderia estar se convertendo em um apaixonado romântico, beirando a melosidade que via em contos de amor, contudo, seu destino parecia brilhar pela expectativa de se casar com Naruto.

Naruto, por vez, não percebia as nuances de seu comportamento; o que Eiji, seu mordomo, estava decidindo se era negativo ou não.

Apesar da justificativa do baile ter sido o Comandante, era claro que o maior beneficiado era o próprio imperador, Inko gostava de esbanjar e ficava ainda mais satisfeito quando era elogiado ou bajulado por isso, algo que seus conselheiros o faziam muito bem. E Ashura e Sasuke olhavam para aquele comportamento com certa diversão, apesar de o julgarem silenciosamente. Eles não eram amigos e pouco haviam trocado palavras, vale dizer, porém o príncipe Ashura tinha tanta semelhança com o Comandante, que seria quase assustador quando pudessem enfim se acordarem para uma conversa.

Entretanto, se antes o Uchiha estava clamando por uma desculpa para se retirar daquele salão, agora ele tinha a desculpa perfeita para ficar. Depois de quase meia hora que todos os convidados já estavam entrosados, o príncipe Naruto Uzumaki finalmente compareceu, roubando a atenção de todos. E não era por menos, uma vez que a beleza de Naruto era ainda um dos assuntos mais comentados entre os nobres; e seria pelos plebeus, caso o príncipe tivesse sido devidamente apresentado.

Não foi surpresa para si quando, assim que foi anunciado devidamente, vários nobres se aproximaram com algum comentário sobre sua aparência ou política, e como era muito educado, ofereceu a todos um sorriso gentil enquanto os ouvia atentamente. Naruto admitia que teria apreciado aquela atenção caso fosse por sua hierarquia e influência — o que ele já julgava ser bastante superficial —, e não porque parecia ser o "candidato a marido" perfeito como o seu pai parecia anunciar em todas as reuniões; e julgava ter sido desta forma que ele conseguiu o tratado de paz com o Norte.

— Sua presença faz muita falta no castelo, príncipe Naruto — disse um dos conselheiros. Cheng, como se lembrava, com ascendência chinesa.

— É muito modesto — sorriu.

— Gentil talvez, mas não modesto, Vossa Alteza — retrucou outro. Tadashi, das terras ao sul. — Estamos muito felizes com seu retorno, mesmo que breve.

— Os agradeço.

Naruto buscou pelos olhos do irmão ao pedir socorro, ficando extremamente satisfeito ao ver que eles ainda possuíam essa intimidade. Ashura logo estava ao seu lado, e cortês como também sempre foi, rapidamente tomou a atenção do irmão diante dos outros.

— Faz tempo que eu não via esse olhar tão desesperado.

— Faz tempo que eu não precisava usar — retrucou, rindo em seguida.

— De fato, mas tenho uma boa notícia — sorriu irônico. — O pai não falou sobre você e pretendentes na mesma frase, ainda.

— Estou em dúvida se ele está me respeitando ou só o tratado com o Norte.

Ômega Guerreiro || ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora