CAP VIII | apresentação imperial;

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B O A   L E I T U R A

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A conversa havia rendido muito mais do que ambos esperavam e, surpreendentemente, tinha sido deveras agradável. Apesar da implicância por parte dos dois, conseguiram conversar sobre momentos da infância, alguns sonhos e metas, e até atividades que gostavam de fazer. Naruto até mesmo tomou a liberdade de questioná-lo mais sobre seu trabalho como Comandante e como era a vida no Exército, e Sasuke jamais se negaria a contar, principalmente quando era ouvido tão atentamente e com um par de olhos azuis tão brilhantes em cima de si. O Uchiha não era um monstro.

Sasuke Uchiha havia aproveitado aquela noite de uma forma que não havia imaginado. Eles conseguiram esquecer do casamento e toda a responsabilidade que cobravam e simplesmente conversaram, alguns assuntos tão banais que seria dito como perda de tempo provavelmente, mas Sasuke acreditava que tudo era uma oportunidade de conhecer mais o outro.

Por exemplo, a cor preferida de Naruto é laranja, e ele deixava isso o influenciar em algumas coisas, como gostar da fruta laranja, de doce de abóbora, do pôr-do-sol, simplesmente ser apaixonado por bolos de cenoura e sua estação preferida ser o outono. Mas por vez, Sasuke gostava da fruta uva, do doce dango, de ver as estrelas, de sopa de tomate e sua estação preferida era o verão, e tudo isso — de acordo com o príncipe — era porque não tinha uma cor preferida.

Parecia que a paz poderia reinar e os noivos terem a chance de se conhecerem. Contudo, no dia seguinte, o Comandante Uchiha e seus homens haviam sido convocados oficialmente para se apresentarem ao Imperador.

— O Imperador me mencionou na carta, Comandante?

Sua polidez não passou despercebida.

— Como?

— Como "meu noivo... ômega" — respondeu baixo.

Naruto quis gritar tamanha frustração ao saber que seu pai havia lhe descartado tão facilmente, nem mesmo conseguindo lhe chamar de príncipe ou filho ao solicitar sua presença, tratando-o apenas como uma moeda de troca que já pertencia a outro. Seu pai não dava outra escolha a não ser o mais genuíno ódio direcionado a si. O descaso pelo próprio filho apenas por uma casta denominada em seu nascimento que nada definia sua força ou inteligência, pois ser um ômega não o impedia de conquistar seus objetivos e sonhos.

Tudo que fez, entretanto, foi fechar as mãos com força e respirar fundo, antes de prosseguir com a conversa e evitar o olhar preocupado alheio.

— De quanto tempo precisa para se arrumar?

— Partiremos em vinte minutos.

— Perfeito, estarei pronto Comandante.

Vendo o loiro subir as escadas, Sasuke se perguntou se não teria sido melhor ter contado uma mentira, mas isso logo sumiu de sua mente; mentiras nunca seriam as melhores decisões. Por mais duras que fossem, iria contar as verdades ao Uzumaki.

O príncipe conseguiu aprontar-se rapidamente, mas sua mente não lhe dava descanso. Era como testar seu autocontrole a cada segundo e ele não soubesse mais como se segurar. Queria dizer que estava feliz de voltar para sua casa, mas agora tinha se tornado quase um pesadelo.

Eiji a todo momento esteve ao seu lado naqueles breves minutos antes que estivesse de frente para Sasuke, pronto para seguir viagem. Nada comentou quando percebeu que o Comandante seguiria a cavalo, junto aos seus guerreiros, deixando o príncipe isolado no conforto da carruagem ao qual foi preparada.

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