CAP XV | questões de família;

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B O A   L E I T U R A

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Naruto Uzumaki estava nervoso, ou em outras palavras, ansioso, que se resumia na total incerteza de seu futuro. Ele não se arrependia, pois sentia o calor de seu noivo alfa ao seu lado e o perfume de anis, baunilha e canela — saboroso, pensou por um momento —, já era o suficiente para saber que queria ir até o fim, mas ele ainda se questionava se realmente estava preparado para uma vida de casado.

Ele era forte, determinado e — admitia — bastante teimoso, portanto teve uma infância nem um pouco tranquila enquanto buscava enfrentar seu pai e seus conceitos em cada mínima atitude. Algo que não lhe foi negado, entretanto, foi a educação para ser um ômega; dança, canto, piano, costura, eram habilidades que o Uzumaki não se vangloriava, mas havia aprendido. Ao menos, sabia o básico, o que obviamente não o faria ser um esposo adequado para a sociedade.

Se fosse contra seu pai, seus pensamentos logo perderiam a importância, pois Naruto nunca quis se sentir "adequado" — na concepção deturpada do antigo Imperador —, mas o problema era que ele ainda não conhecia a família de Sasuke Uchiha, ao qual também parecia ser bastante discreto em alguns assuntos.

Era natural querer agradar seu noivo e seus familiares, certo?

Não havia se questionado sobre os ideais da família Uchiha até aquele momento, onde estava dentro da carruagem, a caminho do Palácio, onde teriam a cerimônia do casamento; uma união que após selada, somente Deus ou a morte para quebrar.

— Posso passar horas olhando apenas para seu belo rosto, mas me preocupa que não tenha dito nada desde que entramos aqui — disse Sasuke. Agia como um galanteador com maior frequência, agora que tinha adquirido a liberdade.

Seus olhos estavam sempre atentos no Uzumaki e com certeza mais do que nunca, pois tinha medo de estar vivenciando apenas um sonho bom e que logo acordaria, voltando a rotina de ter que correr atrás de um príncipe rebelde; e isso quase o fazia rir — de desespero, talvez.

— Eu mandei uma carta antes para o meu irmão, mas agora estou pensando se não teria sido melhor contá-lo pessoalmente.

— Admito que gostaria de ter visto o semblante dele — provocou.

— Vocês se deram bem, não é? — sorriu. Sasuke, entretanto, deu de ombros.

— Acho que sim, mas isso foi por causa de tudo que ocorreu contigo.

Naruto observou o semblante alheio se fechar com a lembrança, e apesar de não ter sido prazeroso para si, admitia que teve vontade de rir pela preocupação excessiva, mas se privou.

— Ainda é estranho pensar que se preocupou tanto comigo — confessou. — Quero dizer, acho que só o Ashura sentia isso por mim então... é diferente.

— Pode se acostumar, pois quando você disser sim na frente do Imperador, se tornará minha única preocupação.

Sasuke aproximou-se, tocando o rosto do outro delicadamente. Ainda estava fascinado com os acontecimentos das últimas horas, que quando teve seus lábios unidos, sentia que beijava um anjo.

— Chegamos!

O grito de Gaara despertou os amantes dentro da carruagem, mas ainda assim, eles demoraram para se afastar totalmente.

Naruto admitia, internamente, que teria ficado horas beijando aquela boca; e só o pensamento já era suficiente para fazê-lo corar pela própria ousadia, mas não se arrependia.

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