𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑢𝑙𝑜 25

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 Tudo é precioso para aquele que foi, por muito tempo, privado de tudo.

Friedrich Nietzsche

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𝑀𝑖𝑙𝑙𝑒𝑛𝑛𝑎 𝐴𝑙𝑏𝑢𝑞𝑢𝑒𝑟𝑞𝑢𝑒

[ CAPITULO HOT +18 🔥 ]

Faltava vinte e quatro horas para o casamento, a cada minuto que passava sentia o suor frio escorrer por meu rosto, o arrepio que fazia os pelos de meu braço eriçarem, estou completamente perdida, isso sem contar o fato do que havia feito com Dante, e depois ter me deparado com Pietro na sacada de meu quarto. Definitivamente estou ferrada; por conta disso tudo, queria não ter aceitado esse acordo infernal.

A vontade de levantar e encarar o dia não me vinha, queria ficar debaixo do edredom e fingir que nada estava acontecendo, acordei a um bom tempo, ouvi algumas batidas na porta e a voz de Dante ecoar, não respondi, talvez ele tenha pensado que eu estava dormindo e portanto não insistiu, apenas se foi. Tinha deixado algumas mensagem para Pietro, que claramente foi ignorado, acho que a conversa que tivemos não foi o suficiente para me manter calma, a ansiedade me fazia pensar constantemente o quão errada eu estava, e o quanto Pietro está magoado.

 Meu vestido de noiva será entregue no início da tarde, com acordo ou sem ele, escolhi o que eu havia gostado, provei vários para por fim achar um que me favorecesse, sempre achei que isso não seria algo que eu pudesse ter, e cá estou, prestes a me casar com um homem que pensei que jamais iria conhecer, passei horas a fio pensando em meus sentimentos, até agora não obtive uma resposta e isso é uma droga.

Se eu tenho sentimentos que vão além do desejo sexual por ambos, seria síndrome de estocolmo? Acho que não. Eles jamais me fizeram mal ou me causaram desconforto, pelo contrário, Dante e Pietro procuravam me deixar o mais confortável, respeitando meu espaço e minhas decisões, coisa rara, vale ressaltar. Que porra. Precisava fazer algo. 

Levantei-me sem ânimo, ignorei o choque ao sentir o piso frio sob meus pés descalços, corri para o banho, criei situações mentais de como abordar Pietro, se eu deveria pedir perdão novamente ou pedir perdão de modo mais explícito, o pior é que não me sinto arrependida o suficiente para sentir culpa, mesmo assim vou procurá-lo. Foda-se. 

O tempo estava fresco, nem muito frio e nem muito quente, um meio termo melhor dizendo, optei por um terninho preto, me arrumava com toda calma só para não entrar em um puta surto.—medo da porra. Fechei os últimos botões do blazer que me caia maravilhosamente bem, deixei meus cabelos soltos, fiz uma maquiagem leve apenas para disfarçar as olheiras e a feição pálida, por fim, calcei os saltos louboutin, são belíssimos, porém, um tanto desconfortável, sempre achei que era maravilhoso usar, por ser caro feito a porra, esperava no mínimo um conforto, pelo amor de Deus. —já vestida, fiquei um tempo parada diante o espelho, eu estava maravilhosa, me sinto aquelas mafiosas que mata os homens no maior estilo, quem dera, se eu fosse tão forte assim não teria caído nas mãos do Vincent; de qualquer forma, irei me recuperar e quem sabe aprender a me defender sozinha, usar uma arma e etc…

Sai de meu quarto e prossegui pelo corredor até a imensa escadaria, o único som audível eram dos saltos, esse lugar é tão grande que chega a ser tenebroso. Não vi sinal de Dante e nem de seu pai, os funcionários iam e viam com seus afazeres e os guardas idênticos a uma estátua. Procurei por Dante em alguns cômodos e finalmente o encontro, a estatura imóvel, o copo em mãos e o olhar perdido em algum ponto cego a sua frente, jamais vou me acostumar com a beleza e o poder que esse homem exala só por existir, as tatuagens, a maior parte estavam escondidas, pois o próprio trajava um terno, além das tatuagens das mãos que dava para notar, outras surgiam um pouco através do colarinho, respirei fundo e fui até ele.

AMOR ENTRE CORRENTES Onde histórias criam vida. Descubra agora