𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑢𝑙𝑜 35

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A máfia faria qualqer coisa por sua família. Fazem o que for necessário para proteger quem amam.

Daybreak

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[ ⚠️ALERTA : GATILHOS EMOCIONAIS ⚠️]

𝑀𝑖𝑙𝑙𝑒𝑛𝑛𝑎 𝐺𝑟𝑒𝑐𝑐𝑜

O mundo todo parecia pesar sobre meus ombros, senti tudo escurecer, de repente meus sentidos estavam abafados, Dante dizia algo mas não consegui ouvir, minhas mãos tremiam e meu coração acelerou, o vídeo prosseguia mas não consegui ter forças para ver. Ele estava com ela, era só isso que estava em minha cabeça; junto a milhares de momentos malditos que passei ao lado desse demônio desgraçado . Não pode ser, ele está querendo brincar com minha mente, é isso que ele sempre faz.

Ele sempre está onde estou, não importa o quanto eu tente me livrar, Vincent não me deixaria em paz, não me deixaria eu me cuidar dos traumas, enfim, não me deixaria viver; pois seu maior desejo é me ver a sua mercê novamente, me ver definhar, me ver morrer aos poucos, e de fato, sinto-me morrer. —o que preciso fazer para que ele esqueça essa obsessão desgraçada? 

—Millenna ? — a voz de Dante parecia distante.

Recuei alguns passos, caindo de joelhos no tapete, as lágrimas aqueciam meu rosto, abaixei a cabeça, querendo afastar tudo a minha volta, queria que tudo explodisse, que Vincent morresse, que os anos em que me manteve em prisão domiciliar, que todas as vezes em que ele me machucava, me estuprava, fossem nada além de pesadelo, de algo que não aconteceu. Mas infelizmente aconteceu, infelizmente a vida me colocou em seu caminho, e a partir disso, minha alma foi sugada, meu gosto pela vida foi drenado, mantendo no lugar a depressão, a ansiedade, crises de pânico, fobia social, tudo que um trauma como esse desencadeia.

—Millenna, per favore. ( Por favor ) — Dante buscava chamar minha atenção. 

Senti suas mãos em meu rosto, a preocupação em seus olhos azuis, o quanto parecia desesperado sem saber o que fazer, logo a porta do quarto se abriu, Pietro entrou assustado perguntando algo que não consegui ouvir; meu peito queimava, a crise aumentava, me senti sufocada, não estava aguentando. Então gritei. Com toda minha dor eu gritei e chorei como jamais chorei em toda a minha vida, em todos os anos que Vincent me prendeu. No quanto meu corpo doía, no quanto eu pedia a Deus para me ajudar, em tantas vezes que implorei a ele para me matar, porém, sua loucura o impedia, Vincent sempre dizia que me matar não lhe cabia, mas que me fazer sofrer era o ponto alto de felicidade para ele. E assim seria até se cansar e finalmente me matar. 

— Por favor me matem. Eu não aguento isso, não suporto isso. — comecei a dizer, sem ao menos perceber, era como se meus pensamentos escorressem por meus lábio num pedido doloroso de ajuda. 

—Pietro, vai ad accendere la macchina.  Chiama due guardie di sicurezza per scortarci.  Ha bisogno di andare in ospedale ora. ( Pietro, vá ligar o carro. Chama dois seguranças para fazer nossa escolta. Ela precisa ir para o hospital agora. ) — Dante ordenou. 

Senti meu corpo sendo suspenso, braços me envolviam, fechei meus olhos e continuei chorando, com a palma no peito e implorando para aquilo tudo parar. Eu estava morrendo por dentro e não fazia a mínima noção disso.

Não abri meus olhos quando ouvi mesmo que abafado, algo batendo com força, Dante pareceu ditar ordens e o carro avançar a toda velocidade. Me agarrei a ele como se fosse o único que pudesse me mostrar que ainda respiro, meu corpo todo doía, o ar quase não adentrava meus pulmões, sentia que iria desmaiar mas me forcei a ficar acordada. 

AMOR ENTRE CORRENTES Onde histórias criam vida. Descubra agora