𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑢𝑙𝑜 36

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"MANTENHA A CHAMA ACESA. A ESCURIDÃO NÃO É ACONSELHADA QUANDO SE ESTÁ DESESPERADO"

𝕺 𝕯𝖎𝖆𝖇𝖔 𝖊 𝖒𝖊𝖚 𝖕𝖗𝖎𝖓𝖈𝖎𝖕𝖊 ༒ Jeon Jungkook  VParkMin 

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Um feixe de luz dourada adentrou a pequena fresta da cortina pálida, iluminando um pouco do leito onde Millenna ainda dormia, Dante permanecia de pé, os lumes azuis perdidos numa maré de sensações e pensamentos, permaneceu assim por toda a noite; quando parte, Pietro esteve consigo, agora, o moreno dormia na poltrona, alguns fios de seus cabelos antes loiros caiam na testa alheia, a feição serena, os lábios fartos um pouco entreaberto, Pietro parecia um anjo, com ações de um completo demônio, e tal analogia sempre foi atrativo a Grecco. — o único som que impedia o silêncio de se estabelecer, eram dos batimentos cardíacos da mulher, Dante se mantinha atento, temendo que pudesse causar alguma alteração, a levando para mais uma onda maldita de crise. O tatuado, depois de anos, sentiu tudo o que tanto desejou esquecer, o medo lhe dera boas vindas, levando-o a um torpor instantâneo; movido por ações impensadas, Grecco ordenou que matassem Lucca, ainda sim, não sentiu um pingo de arrependimento. O que sentiu quando a adrenalina baixou, foi um frenesi maravilhoso de alívio. 

A enfermeira encarregada de cuidar de sua esposa adentrou o quarto, checando os sinais vitais, injetando medicamento que de início Dante não quis saber, entretanto o fez mesmo assim, estava preocupado, e todo cuidado era pouco. — o café da manhã seria servido às sete e ponto, o moreno foi até o banheiro apenas para lavar o rosto para afastar a exaustão, na volta viu Millenna olhando para si um pouco confusa. 

— Buongiorno, piccola. ( Bom Dia, pequena ) —saudou baixo, num timbre rouco e calmo.

—Bom Dia. — respondeu da mesma forma. —Desculpe pelo que aconteceu ontem Dan. —pediu após um leve pigarro, sua garganta estava seca, arranhando como se houvesse engolido areia. 

Grecco buscou um copo d'água junto a um canudo e a ajudou a beber, por breves instantes o silêncio se manteve; Pietro se mexeu, buscando uma posição confortável mas logo despertou, coçando os olhos e fitou Dante ajudando a mulher já desperta. 

—Buongiorno. — Bianchi sussurrou, aproximando da cama. 

—Bom Dia Pietro. — Millenna respondeu e Dante fez o mesmo. 

—Não precisa pedir desculpas por nada do que houve, a culpa não foi sua bambina. —Dante por fim diz. 

—Eu sei mas…

—Sem mais. Só a um culpado nisso tudo e nos três sabemos quem é, então, por favor, não se desculpe babe. — dessa vez, quem diz é Pietro, a voz um tanto arrastada. 

Com ajuda, Millenna sentou-se na cama, gemeu de dor por conta das agulhas em seu braço, o medicamento lhe causava enjoo e dor de cabeça mas ao menos não sentia o desespero, a ansiedade e o pânico que lhe dominou por completo noite anterior. 

—Vou comprar algo para nós. — Bianchi avisa, olhando-os uma última vez antes de sair. 

—Não quero viver com medo Dante. — A sinceridade escorria por seus lábios pálidos, odiava a impotência, o trauma que assola cada parte de si como uma praga asquerosa e pútrida. A morena queria ser forte o suficiente para lidar com seus domínios, e ser ainda mais para enfrentar o próprio Diabo; por quem se viu presa por anos. Até o momento em questão, não compreendia o fato de Vincent ter a deixado viver. Isso era uma incógnita que cedo ou tarde, teria respostas.  

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