Maracanã // Rio de Janeiro
O Maracanã estava lotado, a torcida cantava a plenos pulmões "Oh meu mengo, eu gosto de você...", eu tentava responder a Emily, mas era praticamente impossível devido ao fluxo de pessoas no setor que eu estava. Foi nisso que deu me atrasar para pegar o ônibus. Ela pegou primeiro e veio sozinha, agora estava perdida em algum lugar do setor Oeste. O setor dos ricos. Eu gastei uma grana do caralho pra entrar aqui, ainda bem que sempre andava com o cartão de crédito pra se caso precisasse.
Eu tinha duas opções: parar e tentar contato com ela pelo celular, ou continuar andando e procurando. Escolhi uma junção das duas, coloquei o numero dela pra discar e levei o celular até a orelha, só que no meio do caminho alguém esbarrou em mim. Ou eu esbarrei em alguém. Sei lá!
Se tivesse sido "apenas" um esbarrão normal, tudo bem, mas eu tomei um banho. De cerveja. A camisa branca do Flamengo que eu tinha comprado semana passada agora tinha uma mancha amarela horrorosa bem no meio dos meus peitos. Eu fiquei tão aterrorizada com aquela imagem que nem cheguei a perceber que tinha cerveja escorrendo pelas minhas bochechas, borrando o reboco que eu tinha feito antes de sair.
—Como que você não me viu cara?! — Levantei a cabeça pensando em todos os xingamentos possíveis. Ia fazer esse bêbado do caralho pagar outra blusa pra mim, ah se ia... Na hora que encarei a pessoa... Fiquei sem palavras.
Um pinscher com raiva perdia pra mim na tremedeira. Eu comecei a passar mal e precisei me segurar na pilastra pra não meter a minha cara no chão.
—Desculpa, fui empurrado e não consegui evitar — A pessoa falou me olhando. Parecia preocupado e o copão de cerveja ainda estava na mão, só que agora, vazio.
—É.. hum... T-tem nada não — Merda! Eu gaguejei. Meu Deus, eu gaguejei.
—Claro que tem, eu te sujei todinha! — Ele falou, tirando o boné que usava e passando a mão de maneira nervosa nos fios platinados.
É o seguinte, Deus: Se quiser me arrebatar agora, eu tô pronta. Gabriel Barbosa Almeida tá parado na minha frente e se o Senhor não me arrebatar, eu com certeza vou morrer de um pire paque.
—M-mas a culpa não foi só sua — Falei ainda gaguejando, mas ciente de que precisava abrir a minha boca. O homem mais bonito que eu vi na vida, franziu o cenho e eu quis chorar — Desculpa — Falei começando a sentir que minhas bochechas estavam vermelhas.
—Ahn... Sinto muito pela blusa — Ele falou parecendo tão sem jeito quanto eu.
Só que eu não estava nem aí pra blusa, eu só conseguia pensar "pede uma foto, um autógrafo, se agarra na perna dele, chora, esperneia, mete um beijo nessa boquinha linda, maravilhosa e perfeita..." e eu acho que ele estava me falando alguma coisa, mas eu não conseguia raciocinar.
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𝐅𝐀𝐍𝐅𝐈𝐐𝐔𝐄𝐈𝐑𝐀 • 𝐆𝐀𝐁𝐈𝐆𝐎𝐋
RomanceAlice Bueno escreve fanfics. Pois é, aos 23 anos e formada em Letras, ela sonha como qualquer outra garota, a diferença é que bota tudo pra fora em forma de histórias fantasiosas. Mas o que acontece quando sua maior inspiração está parada em sua fre...