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CERCA DE UM MÊS DEPOIS

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CERCA DE UM MÊS DEPOIS

—Então você vai mesmo publicar? — Milena perguntou quando chegamos aos nossos assentos na arquibancada. O jogo ia acontecer no Raulino de Oliveira, já que o Maracanã ainda estava de reforma para a temporada de 2022.

—Sim, passei essa madrugada todinha escrevendo, editando, reescrevendo, provavelmente dentro de um mês o livro já vai parar nas livrarias — Olhei pra ela com um sorriso.

—Você parece muito feliz falando sobre isso — Milena sorriu também.

—Eu achei que seria um desastre, mas acho que tirei a sorte grande quando conheci o Gabriel — Comentei, desviando o olhar da minha amiga para o campo onde ele e os companheiros de equipe se aqueciam para o primeiro jogo do ano.

—É, quando ele derramou cerveja em você no Maraca — Milena soltou uma risadinha, eu revirei os olhos. Já tinha até acostumado, o apelido Gertrudinha tinha pegado entre o elenco e chegado até as meninas, vira e mexe elas ficavam zoando com minha cara.

—Milena! — Alguém gritou. Era a mãe do Andreas, ela carregava nos braços a filha do volante, que se jogou nos braços da terapeuta assim que a viu.

—Oi Mavi — Milena riu enquanto a menina passava a mão suavemente em seu rosto. Que fofinha.

—Será que você pode me ajudar a encontrar o banheiro desse lugar? É diferente do Maracanã — A mãe do Andreas falou, olhando pra Milena.

—Você se importa, Alice? — Minha amiga perguntou, virando pra mim.

—Claro que não. A Hope deve estar chegando — Abri um sorriso pra ela e observei as três se afastando.

A Milena não falava muito, mas parecia que ela e o Andreas tinham se resolvido durante as férias. Ela e a Mavi pareciam estar bem próximas.

Eu olhei pro campo mais uma vez, observando o Gabriel ajustar a liga nos cabelos já grandes. Não adiantava o quanto eu reclamava, ou o quanto eu falava que gostava mais quando ele tava com o cabelinho na régua... Ele não cortava. Às vezes eu achava que fazia esse tipo de coisa só pra me provocar.

Tipo passar as férias todas de dreads. Eu ainda não tinha chegado a conclusão se ele ficava muito feio ou muito gostoso com eles, mas acho que a segunda opção ganhava porque ele costumava ser gostoso sempre.

Tipo agora.

Um homem, a algumas cadeiras de distância da minha, gritou com o celular na mão:

—TÁ COM SILICONE NA BUNDA, GABIGOL?

Eu virei pro cara querendo dar um tabefe no rosto horroroso dele, mas fui distraída por um Gabriel caminhando e se virando em direção de onde o grito veio.

—Meu pau — Ele falou pro cara, segurando as partes íntimas.

Eu não segurei a risada e ele me encontrou no meio dos torcedores, piscando um dos olhos pra mim.

𝐅𝐀𝐍𝐅𝐈𝐐𝐔𝐄𝐈𝐑𝐀 • 𝐆𝐀𝐁𝐈𝐆𝐎𝐋Onde histórias criam vida. Descubra agora