Combinei com meu pai de nos encontrarmos no Starbucks que tinha no centrinho, mas se soubesse que ia esbarrar com a Emily, preferia ter morrido torrada na esquina da Companhia das Letras.
—Alice! — Ela gritou assim que me viu.
Puta que pariu, viu. Fiquei só observando a garota se aproximar de mim, já com um sorriso maldoso no rosto.
—Nossa, o que houve com você? Tá acabada! — Me abraçou.
Se eu não tivesse colocado o café da manhã pra fora no prédio da editora, vomitar em cima dela era uma boa ideia.
—O Breno me contou que você se deu bem. Golpe da barriga, né? — Se afastou e piscou um dos olhos em minha direção — Vai ficar rica só com a pensão do jogador — Gargalhou.
—Golpe da barriga, é? — Soltei uma risada amarga — Bom te ver, Emily — Menti, pronta pra me afastar, mas ela segurou pelo meu braço.
—Você acabou com a vida dele, sabia? Do Breno — Me olhou — Ele tá ficando lá em casa porque o pai dele expulsou ele de casa — Soltou uma risada — E ainda o demitiu da oficina, como se ele fosse um funcionário qualquer e não o filho dele.
—Poxa, que pena — Falei puxando meu braço do aperto dela — Espero que só piore.
—Você não tem vergonha de desejar algo assim pro seu irmão? — Ela insistiu vindo atrás de mim.
—Ele também não pensou em mim quando me chamou de puta, engraçado é ele não achar isso de você também — Olhei de lado pra ela — Ah, é... Deve ser porque ele não faz ideia que você dorme com ele e com o Bryan — Soltei uma risada, ela arregalou os olhos — Mas relaxa, não vou contar pra ninguém, até porque nem tenho planos de ver o Breno tão cedo. Faça bom proveito daquele babaca — Bati meu ombro no dela de propósito e sai pisando mais forte do que o normal até chegar ao Starbucks.
Ainda estava tremendo de ódio quando vi meu pai estacionar a Gertrudes numa vaga, mais atrás, Allan vinha dirigindo o JK e estacionou logo atrás.
Que merda, cara. Que merda.
—O que você está fazendo aqui? — Meu pai perguntou quando desceu do gol vermelho.
A Gertrudes parecia até outro carro, não tinha nenhum amassado e ele tinha pintado ela toda, até a mancha bege que tinha me inspirado a dar o nome não estava mais lá. Olhei pro meu pai.
—Vim resolver algumas coisas — Respondi.
—Sua pirralha, porque você não responde minhas mensagens? Como se eu te odiasse! — Allan começou a gritar do outro lado da rua — Eu te defendi!
—Não fez mais do que sua obrigação — Respondi, aceitando seu abraço.
Só percebi o quanto senti falta dele quando o vi. Ele era quieto e na dele, mas entre os três era o que mais me entendia e me ajudava.
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𝐅𝐀𝐍𝐅𝐈𝐐𝐔𝐄𝐈𝐑𝐀 • 𝐆𝐀𝐁𝐈𝐆𝐎𝐋
RomanceAlice Bueno escreve fanfics. Pois é, aos 23 anos e formada em Letras, ela sonha como qualquer outra garota, a diferença é que bota tudo pra fora em forma de histórias fantasiosas. Mas o que acontece quando sua maior inspiração está parada em sua fre...