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—Pai

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—Pai... — Falei quando entrei em casa.

—O Dublê deu perda total, não foi? — Ele levantou da mesa em que todos tomavam café — Eu sabia que não devia ter deixado você ir dirigindo. Cadê aquele seu amigo? Ele morreu no acidente? — Olhou para todos os lados, eu soltei uma gargalhada.

—Claro que não e o Dublê não deu perda total... foi só um pequeno acidente de percurso — Falei puxando uma cadeira pra sentar.

—Alice — O Breno me chamou do outro lado da mesa — Que porra é essa no seu pescoço?

Droga. Tinha esquecido de passar um pouco de base na porcaria do pescoço antes de entrar em casa. E agora minha família inteira tava olhando os roxos que o Gabriel tinha deixado.

Caralho de homem. Podia pelo menos ter tomado mais cuidado pra não me deixar toda marcada e aposto que o pescoço não tinha sido a única parte do meu corpo a ficar assim.

Meu pai engasgou sabe-se lá com o que e minha mãe soltou uma risada nervosa.

Eu só posso ser a rainha do azar. Ninguém acima de mim nesse quesito, puta que pariu.

—Como é que tu sai, passa a noite toda fora de casa e ainda aparece toda marcada como se o cara tivesse marcando a porra do território? — Bryan retrucou.

—Sem brigas pela manhã — Minha mãe falou, colocando café na minha xícara tranquilamente.

—Mas porra — Breno retrucou do outro lado — Tu acha bonito, é? Chegar toda roxa em casa?

—Você acha bonito, é? Chegar em casa falando que comeu não sei quantas novinhas numa noite? — Perguntei pra ele de volta, com um sorriso debochado nos lábios — E outra se eu tivesse chegado roxa em casa porque algum babaca me bateu, duvido que você tivesse a mesma reação.

—Mas todo mundo aqui sabe que ninguém te bateu, né Alice? — Bryan soltou uma risada — Quem foi o babaca que te chupou desse jeito?

—Como é que é? — Perguntei sentindo meu coração bater na garganta.

—Que tipo de pergunta é essa? — Meu pai quis saber, parecendo horrorizado pela expressão que Bryan utilizou.

—Porque você quer saber da minha vida, Bryan? Vai cuidar da sua — Resmunguei mordendo um pedaço da tapioca com leite condensado da minha mãe.

—Porque você é minha irmã, porra! — Bryan gritou — O cara pra poder sair com você tem que te respeitar.

—Não passou pela sua cabeça que eu sou adulta?! — Quase gritei de volta.

—Passou pela minha cabeça que você é burra o suficiente pra cair em papinho de playboy filho da puta — Ele falou se levantando, eu me levantei também — Quem foi? Foi o jogador, não foi?

𝐅𝐀𝐍𝐅𝐈𝐐𝐔𝐄𝐈𝐑𝐀 • 𝐆𝐀𝐁𝐈𝐆𝐎𝐋Onde histórias criam vida. Descubra agora