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—Alice para de fungar no meu cangote, mano — Gabriel se arrastou no colchão, indo pra longe de mim

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—Alice para de fungar no meu cangote, mano — Gabriel se arrastou no colchão, indo pra longe de mim.

—Por favor, para de ler — Eu pedi colocando o queixo em seu ombro de novo, tentando ver onde ele estava.

—Eu nem comecei a ler ainda, você não tá deixando eu me concentrar — Ele bufou irritado, se remexendo pra que eu saísse.

—É de propósito — Soltei uma risada — Você não precisa ler, sério.

—Mas eu quero.

—Mas não precisa — Insisti, quase chorando.

—Porra, Alice. Me deixa ler o negócio — Se remexeu de novo, eu desisti e me afastei dele.

Ficamos uns dez minutos em silêncio total, eu não conseguia parar de roer as unhas e também não conseguia tirar os olhos do dedão dele deslizando pela história no wattpad lentamente.

—'Cê tá de sacanagem, preta — Ele balançou a cabeça várias vezes — Eu tinha monocelha desde quando, Alice? Eu não era acabado desse jeito não.

Eu segurei uma risada, ele virou e me encarou.

—Você tá me tirando? Onde que eu era judiado? Mó gato, mano — Ele revirou os olhos.

—Não adianta, sua mãe me mostrou suas fotos — Eu falei estalando a língua no céu da boca.

—Porra, Alice — Balançou a cabeça negativamente várias vezes, indignado.

—É só não ler então — Tentei, fazendo menção de pegar o celular, ele desviou e riu.

—Não vai adiantar, vou ler o livro todo — Ergueu uma sobrancelha — Porque você não quer que eu leia? Vai falar mal de mim assim o livro todo?

—Você não precisa descobrir isso. É sério, Gabriel — Suspirei — Você não precisa ler, eu nem vou publicar isso.

—Porque você não fica quietinha, preta? Vai dormir, tá cansada da viagem — Falou, deitando na cama, eu engatinhei até ele e me deitei ao seu lado.

Ele continuou a ler, só que nossa... Ele lia devagar demais! Voltava pro mesmo parágrafo umas trezentas vezes, relendo duas ou três vezes pra poder continuar, se remexendo na cama e reclamando que eu estava perturbando demais.

—Ah não — Largou o celular na cama — Isso só pode ser brincadeira — Me olhou de lado — Um caminhão de boi? UM CAMINHÃO DE BOI? — Eu acabei rindo — Porra, Alice. Imagina o cheiro que tava nesse lugar? Puta que pariu, só pode ser brincadeira comigo — Ele me olhou, bravo, mas viu que eu estava apavorada e soltou uma risada — Sério, de onde você tirou isso?! Em Santos só tem desses quando tem rodeio.

—Pois é — Apertei os olhos — Escrevi isso em junho.

—De onde você tirou essa ideia, mano? — Revirou os olhos mais uma vez.

𝐅𝐀𝐍𝐅𝐈𝐐𝐔𝐄𝐈𝐑𝐀 • 𝐆𝐀𝐁𝐈𝐆𝐎𝐋Onde histórias criam vida. Descubra agora