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—Pai, eu não vou bater seu carro — Falei pela milésima vez enquanto ele me acompanhava pro lado de fora de casa

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—Pai, eu não vou bater seu carro — Falei pela milésima vez enquanto ele me acompanhava pro lado de fora de casa.

—É tio, ela não vai bater seu carro — O John repetiu, também pela milésima vez.

—Alice eu te conheço, você vai bater meu carro — Meu pai falou. Adivinhem? Também pela milésima vez.

—Nossa pai, quando foi que você parou de confiar em mim? — Perguntei magoada.

—Filha, você bateu seu ferro velho na Porsche do Gabigol — Meu pai suspirou, o John segurou uma risada.

—E vocês vão lembrar disso pra sempre, é? Me poupe — Me zanguei.

—É um negócio que não tem como esquecer, né? É o Gabigol — Meu pai riu de um jeito nervoso, do lado dele o John balançava a cabeça afirmativamente sem parar, sem perder sequer um minuto da fofoca.

—Verdade, não é tipo... O John é tipo... O Gabigol — John falou, balançando as sobrancelhas.

—John, não tá ajudando — Falei entre dentes.

Para completar a zona, minha mãe saiu pelo portão.

—Aqui filha — Me entregou um pacote de camisinha. UM PACOTE DE PRESERVATIVO (!!!)

—MÃE QUE ISSO? — Eu gritei escondendo o pacote entre os dedos, o John teve uma crise de riso e eu super entendia porque MEU DEUS !!!

—Olha pra minha cara, eu sou jovem. Não quero ser avó nem tão cedo — Minha mãe falou como se não fosse nada demais.

Eu já estava acostumada com as sinceridades da minha mãe, mas não era por isso que achava normal ela me entregar um pacote de camisinha na frente do amigo que eu acabei de fazer. Quase tive um treco.

—Pra mim já deu — Meu pai falou balançando a cabeça negativamente, parecendo constrangido... (EU TAMBÉM ESTAVA!) — Vê se cuida do Dublê — Me avisou entregando a chave do carro e sumindo dentro do lote.

—Eu peguei uma G porque... — Minha mãe começou.

—Nem termine essa frase, mãe. Por favor — Implorei com um gemido.

—Se cuida, filha — Estalou um beijo na minha bochecha, depois outro na bochecha do John — Volta pra casa com o carro inteiro. E sem estar grávida, por favor — Praticamente gritou do portão.

Entrei na Doblô (Dublê) com a cara ardendo de tanta vergonha enquanto o John rachava o bico.

—Não vai me contar a fofoca de como bateu no carro do Gabigol? — Ele quis saber.

—Porque a gente não foca na festa? — Respirei fundo algumas vezes antes de dar partida e sair da frente de casa.

—A gente tem tempo, mas pera... Melhor não falar com você enquanto dirige né? — Gargalhou.

𝐅𝐀𝐍𝐅𝐈𝐐𝐔𝐄𝐈𝐑𝐀 • 𝐆𝐀𝐁𝐈𝐆𝐎𝐋Onde histórias criam vida. Descubra agora