Alice Bueno escreve fanfics. Pois é, aos 23 anos e formada em Letras, ela sonha como qualquer outra garota, a diferença é que bota tudo pra fora em forma de histórias fantasiosas. Mas o que acontece quando sua maior inspiração está parada em sua fre...
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Eu já estava acordada, mas mantive os olhos fechados. Meu coração batia contra o meu peito e tinha medo. Muito medo de abrir os olhos e descobrir que foi só mais um sonho ou só mais uma ideia pra colocar na fanfic.
Acho que eu estava deitada no peito dele, o toquei pra tirar as dúvidas e por fim, abri os olhos.
Sério, eu queria viver aqui pra sempre.
Se ele já era lindo, dormindo então... Parecia dormir profundamente ainda, a respiração estava pesada e o rosto tranquilo tranquilo.
Devagar pra não acordá-lo eu sai de seu peito e me estiquei para pegar o celular e tirar uma foto desse momento, sabe-se lá quando eu teria uma outra oportunidade como essa.
Tirei uma centena de fotos e me levantei.
Eu ainda não conseguia acreditar no que tinha acontecido, ainda meio zonza lavei meu rosto e entrei no closet dele. Eu bem que podia colocar minha roupa, mas queria mesmo era roubar uma das blusas dele.
Escolhi a maior que tinha, vesti e sai do quarto, descendo as escadas.
Lá embaixo, encontrei o Fabinho juntando as latinhas de cerveja num saco de lixo.
—Você é o tiozão do rolê? — Perguntei fazendo ele me olhar, um sorriso escapou por seus lábios.
—Pela sua cara dá pra ver que a noite foi boa — Ergueu uma sobrancelha, eu com certeza fiquei vermelha — O Gabi tá desmaiado até agora?
—Aham — Limpei a garganta — Sabe do John? Preciso ir embora.
—Eles foram todos pra casa da Hope de madrugada, devem estar lá até agora — Ele pegou uma latinha do chão e jogou no saco de lixo.
Eu ia perguntar pra ele qual das casas do condomínio era a da Hope, mas algo chamou minha atenção.
Na verdade, alguém.
O Gabriel estava descendo as escadas, só de cueca.
Eu juro que foi sem querer, mas não pude deixar de analisar o corpo dele. Eu tinha tocado tudo aquilo ontem, meu pai. Minha ficha não ia cair nem tão cedo.
—Bom dia — Falou enquanto descia.
—Pra você o dia tá ótimo, né?! — Fabinho riu, Gabriel carinhosamente lhe mostrou o dedo do meio.
Ele olhou pra mim, de cima a baixo, mas não sorriu, apenas passou a mão no cabelo.
Será que não gostou que eu tivesse pegado a blusa?
