meu amor, no dia que volto
para casa estou triste.
pois é errado amá-lo como
o amo, e carregar esse sentimento
me deixa culpada, querendo
escondê-lo no fundo do meu coração.
meu amor, eu não te digo
o quanto sinto sua falta e que
minha cama guarda um lado
dela só para o seu corpo ocupar
nem que os copos da minha
casa competem para te oferecer
água e que meus pais são mais
seus que meus no gráfico da coisa.
meu amor, eu nunca mesmo vou
deixar você saber que seu cheiro
é a memória mais degustada que
meu cérebro fez questão de gravar
e que eu sofro verdadeira abstinência
física sem seu abraço macio, quente
com cheiro de meu lar e minha vida
e por nada nesse mundo eu te conto
todas as vezes que me perdi nas
lembranças que coleciono de nós
repassando na cabeça com sorriso
estampado na cara de quem ama
muito e está muito feliz sendo amada
pois uma vez me contaram que
tudo o que é bom dura pouco, então
o universo não pode saber das
minhas intenções.
(que fique entre nós, é ficar para
sempre contigo)
por isso, meu amor, eu guardo para
mim e minhas poesias todo o peso,
a intensidade e a grandiosidade do
grande amor que cresce aqui dentro
progressivamente e desenfreado.
peço que não confunda dependência
com meu amor, já que essa vilã esmagadora transforma todas as coisas bonitas que sinto em uma história
mais realista e feia.
deixe que permaneça assim...
puro, nosso, infinito.
