quando não tinha mais ninguém lá
quando me faltou onde pisar
me ofereceu seu chão limpo,
sua casa cheirosa, seu sofá com
o tecido desalinhado que sempre
alinhávamos
quando chorei, me escutou
por vezes me disse para não fazê-lo,
mas diante de você, eu me desfiz
por desamores, por problemas
que estavam cravados fundos no peito
poucas vezes não me perguntou
coisas que não quis revelar,
tantas vezes relutei em te chamar
desci as escadas com os pés
silenciosos para que não me escutasse
penso hoje,
o quanto valorizo seu olhar que
cuidava de mim mais do que
eu mesma,
não foi minha mãe, nem minha vó
criou um lugar só seu na minha vida
que ninguém nunca, jamais vai
ocupar
vó, com nossos risos, sempre muito
próxima de mim, mesmo
que pouco te visse, sempre
comigo, dentro de mim
no meu coração, nos meus pensamentos
queria ser um terço da mulher
grandiosa e forte,
bondosa e querida,
que você é,
palavras duras e críticas vez ou
outra que machucaram sem intenção
são ínfimas, pequenas, irrelevantes
estupidas,
perto do anseio que tenho
dos seus braços e
da sua atenção.
te peço, fique comigo.
fique comigo,
olhe nos meus olhos de verdade, como sempre fez,
ouça-me e responda-me,
sempre a tive e não quero perdê-la...
te amo.
